segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Igreja Congregacional esteve em festa nesse sábado 29 de Outubro na ocasião esteve presente os pastores Josizam da cidade de Apodi RN, com o Diagno Humberto, e o pastor Deusdete da cidade de Felipe Gurra RN, na oportunidade o pasto Joziram realizou o batismo da irmaes Marina e Elizimar, e tambem a santa ceia. agradecemos a Deus por esse culto maravilho e abençoado, onde tambem o pastor joziram foi o preletor da noite.




Igreja Evangélica Congregacional da Aliança
Campo Grande RN.

Protestantes que não Protestam mais
(Reflexão):

‘’Porém enviou profetas entre eles, para os reconduzir ao SENHOR, os quais protestaram contra eles; mas eles não deram ouvidos’’. (2 Crônicas 24:19).
No dia 31 de Outubro, comemorou-se em pouquíssimas igrejas evangélicas a reforma protestantes em bora muitas pessoas só se lembrem nesse dia do halloween. Recebemos o nome de protestantes pelo fato de Lutero, na época, ter conseguido poderosos aliados entre a nobreza e a alta burguesia, que o auxiliaram a difundir sua doutrina pelo norte da Alemanha, pela Suécia, pela Dinamarca e pela Noruega, foram esses aliados que, em 1529, protestaram contra a preservação das medidas tomadas pelo imperador Clemente 7. A parti desse protesto é que se difundiu o nome protestante para designa os não católicos. A luta de Lutero e de outros reformadores, não foi apenas contra as indulgências, mas que houvesse um retorno à Palavra. Creio eu que hoje esse mesmo clamor deve ser levantado nos dias hodiernos. Hoje, os protestantes não protestam mais. Calam-se diante dos erros, e aplaudem os espetáculos eclesiásticos à semelhança das antigas indulgências. Antes da Reforma Protestante, no século XVI, homens como John Wycliffe, na Inglaterra, John Huss, na então Tchecoslováquia e John of Wessel na Alemanha, todos já haviam dado suas vidas por sua oposição a alguns dos ensinamentos não-bíblicos da Igreja Católica Romana. No dia 16 de 1415, um homem chamado John Hus, na boemia, foi levado para ser queimado pela Igreja romana por causa de sua defesa do Evangelho simples e Bíblico. Em seus últimos instantes levantou sua voz e disse: ‘’Hoje vocês estão matando um ganso, mas daqui a cem anos Deus levantará um cisne, o qual vocês não poderão matá-lo’’. Assim, em 31 de outubro de 1517, portanto cento e dois anos depois do tempo previsto por Hus, um monge da ordem dos agostinianos pregava na porta da capela do castelo de Wittemberg, na Alemanha, um documento contendo as 95 teses escritas por ele, e com isso convocando a quem de direto para um debate a respeito do tema das teses: a venda das indulgencias. O homem foi Martinho Lutero, ele era a voz que Hus vaticinara, e o fato deu origem à maior reviravolta histórica da igreja cristã. ‘’Reforma Protestante’’. O imperador e o papa não puderam conter o canto do cisne: quando foi chamado diante das autoridades da época, em 1521 para que se retratasse de suas convicções, Lutero disse:
‘’Desde que vossa serena majestade e vossas senhorias buscam uma resposta simples, eu a darei. A menos que eu seja convencido pela testemunha das escrituras ou por mera razão (pois não confio em papas nem em concílios somente, pois é bem sabido que eles freqüentemente erram e se contradizem), eu estou atado pelas escrituras que citei, e a minha consciência é escrava da palavra de Deus. Eu não posso e não irei me retratar de nada, já que não é seguro nem correto agir contra a consciência, que Deus me Ajude’’
Portanto a oposição à Igreja Católica Romana e a seus falsos ensinamentos piorou no século XVI, quando esse monge católico Romano chamado Martin Luther (Martinho Lutero) pregou suas 95 Teses contra os ensinamentos da Igreja Católica Romana na porta da igreja do castelo de Wittenbert, Alemanha. A intenção de Martinho Lutero era reformar a Igreja Católica Romana, e fazendo assim estava desafiando a autoridade do papa. Com a recusa da Igreja Católica Romana em dar ouvidos à chamada de Lutero para a reforma e retorno às doutrinas e práticas bíblicas, iniciou-se a Reforma Protestante, da qual quatro divisões ou tradições principais de Protestantismo surgiriam: Luteranismo, Reformados, Anabatistas e Anglicanos. Durante este tempo Deus levantou homens piedosos em diferentes países para, uma vez mais restaurar igrejas por todo o mundo a suas origens bíblicas e a suas doutrinas e práticas bíblicas.

Junto à Reforma Protestante se assentam quatro perguntas ou doutrinas básicas, que segundo criam estes reformadores, constituíam erro por parte da Igreja Católica Romana. Estas quatro questões ou doutrinas são: Como uma pessoa é salva? Onde reside a autoridade religiosa? O que é a igreja? Qual a essência do viver cristão? Respondendo a estas perguntas, os reformadores protestantes, como Martinho Lutero, Ulrich Zwingli, John Calvin (João Calvino) e John Knox estabeleceram o que seria conhecido como as “Cinco Solas” (sola é a palavra latina para única) da Reforma. Estes cinco pontos da doutrina formam o coração da Reforma Protestante, e era por estas cinco doutrinas bíblicas essenciais que os reformadores protestantes afirmariam sua opinião contra a Igreja Católica Romana, resistindo às exigências a eles feitas para que voltassem atrás em seus ensinamentos, mesmo até ao ponto de morrer. Estas cinco doutrinas essenciais da Reforma conhecidos também como os cinco pilares da reforma, precisamos entender de maneira mais clara, que infelizmente, são desconhecidos daqueles que afirmam: ‘’Eu sou protestante’’

Sola Scriptura: (Somente a Escritura): A escritura sagrada é a nossa única regra de fé e pratica. Nada mais tem autoridade igual ou superior à da Bíblia. ‘’Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra’’.
(2 Tm 3:16-17), ‘’Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro’’. (Ap 22:18-19), quantas superstições e heresias antibíblica têm penetrado nas Igrejas que rejeitam esse importante principio. Portanto os reformadores criam que somente a Bíblia é a única autoridade para todos os assuntos de fé e prática. As Escrituras e somente as Escrituras são o padrão pelo qual todos os ensinamentos e doutrinas da igreja devem ser medidos. Como Martinho Lutero tão eloqüentemente afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos: “Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém."

Sola Gratia: (A salvação somente pela Graça): Nossa salvação se dá somente pela graça de Deus. Não existe nem mesmo uma centelha de bondade no homem que tenha movido o Criador a salva-lo (Rm 3:10-20) (Tt 3:3-7) ‘’ E, se pela graça, já não é pelas obras; do contrario, a graça já não é graça’’ (Rm 11:6). A doutrina bíblica de que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de Sua ira apenas por Sua graça. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte espiritual para a vida espiritual. ‘’Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie’’ (Efésios 2:8-9)

Sola Fide: (Somente a Fé): O único meio pela qual o homem pode se chegar a Deus é mediante a fé no sacrifício perfeito e substitutivo de Jesus Cristo. ‘’A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. (Rm 10:9-11) Obra alguma e objeto algum pode tomar o lugar da fé (Rm 1:17) (Ef 2:8). A doutrina bíblica de que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus. Somente a fé (salvação somente pela fé) em Jesus Cristo.

Solus Christus: (Somente Cristo): O único objeto de fé é Jesus Cristo. Ele é o salvador dos homens caminho que nos leva a Deus. Qualquer outro tipo de mediação entre Deus e os homens que não seja por Jesus é invenção de mentes contaminadas. ‘’Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem’’. (1Tm 2:5) nada pode media a fé dos homens, somente Jesus Cristo. Afirma a doutrina Bíblica de que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficiente para nossa justificação e reconciliação com Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta. ‘’A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido’’. (Rm 10:9-11)

Sola Deo Gloria: (Gloria somente a Deus): A Deus toda a glória. Nada deve ser atribuído a nós ou a qualquer outro ser celestial, humano, vivo ou morto ou ordenança de Igreja alguma a não ser a própria pessoa de Cristo. Tudo vem de Deus por Cristo. ‘’Ao único Deus sábio, salvador nosso, seja gloria e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre amém’’ (Jd 25). Afirma a doutrina bíblica de que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus apenas para Sua glória. Isto demonstra que como cristãos devemos glorificar sempre a Ele, e devemos viver toda a nossa vida perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e somente para sua glória. ‘’Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois a outro não darei, nem o meu louvor às imagens de esculturas’’ (Is 42:8).
Estas cinco importantes e fundamentais doutrinas são a razão da Reforma Protestante. Estão no coração do erro doutrinário da Igreja Católica Romana, e por que a Reforma Protestante se fazia necessária para fazer com que as igrejas através do mundo voltassem às doutrinas e ensinamentos bíblicos corretos. São tão importantes hoje em avaliar a igreja e seus ensinos quanto eram no passado. De muitas formas, grande parte da cristandade protestante precisa ser desafiada a retornar a essas doutrinas fundamentais de fé, da mesma forma que os reformadores desafiaram a Igreja Católica Romana no século XVI.

Por que protestar hoje?

Protestemos hoje de novo, afim de que haja um retorno à Palavra de Deus:
1) Para que o povo deixe de confiar em amuletos supersticiosos, e invencionices de pessoas ‘’Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja gloria é para confusão deles...’’ (Fp 3:19).
2) Para que a Igreja chegue à maturidade: ‘’Desejando afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo’’ (1Pe 2:2).
3) Para que, nós mesmo, nos alimentemos de alimento sólido que encontramos, não ‘’Novas revelações’’, mas nas antigas doutrinas da graça, como nos diz o escritor aos Hebreus: ‘’Porque, devemos já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de solido mantimento’’ (Hb 5:12). Amém.

Obs.: ‘’O papa chamava Martinho Lutero de javali de Roma’’.
Pr. João Maria Neris de Freitas.
31/10/2011.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011


"O que foi a Reforma Protestante?”

Resposta: Ao compreendermos a história da Igreja Protestante e da Reforma, é importante primeiramente entender que uma das alegações feitas pela Igreja Católica Romana é a da sucessão apostólica. Isto simplesmente significa que eles alegam uma autoridade única sobre todas as igrejas e denominações, fazendo um retrocesso através dos séculos na linha de sucessão dos papas da Igreja Católica, chegando até o Apóstolo Pedro. Na visão que têm os católicos, isto dá a Igreja Católica Romana a singular autoridade que suplanta todas as denominações de igrejas. De acordo com a Enciclopédia Católica, esta sucessão apostólica é somente “encontrada na Igreja Católica” e nenhuma “igreja separada tem qualquer validade de alegar para si este direito.”

É por causa desta sucessão apostólica que a Igreja Católica Romana alega ter a singular autoridade para interpretar as Escrituras e estabelecer doutrinas, assim como ter um supremo líder no papa, que é infalível (livre de erro) quando falando ex cathedra , ou seja, no exercício de sua posição como pastor e mestre de todos os cristãos. Por este motivo, de acordo como a visão católica romana, os ensinamentos e tradições da Igreja Católica Romana, por virem do papa, são igualmente infalíveis e dotadas de autoridade, assim como as próprias Escrituras. Esta é uma das maiores diferenças entre os católicos romanos e os protestantes, e foi uma das razões fundamentais para a Reforma Protestante.

Logicamente os católicos romanos não são os únicos que tentam alegar para si a singular autoridade através da sucessão apostólica, rastreando as raízes de sua igreja até os dias dos primeiros apóstolos. Por exemplo, a Igreja Ortodoxa Oriental também alega sucessão apostólica, sendo esta muito parecida com a visão católica romana. A divisão entre a Igreja Ortodoxa Oriental e o Catolicismo Romano não ocorreu até o “Grande Cisma” em 1054 d.C. (a Igreja Católica Romana ocidental e a Igreja Ortodoxa oriental se separam). Há também algumas denominações protestantes ou grupos que tentarão estabelecer um “Rastreamento de Sangue” que possa ser feito retroativamente através dos séculos até a igreja do primeiro século e aos próprios apóstolos. Apesar destes protestantes não afirmarem a sucessão apostólica para estabelecer a autoridade de um “papa” como um líder infalível, eles, mesmo assim, vêem tal ligação com a igreja primitiva, em pelo menos um pequeno grau, como estabelecendo a autoridade de suas doutrinas e práticas.

O problema com qualquer uma destas tentativas de traçar uma linha de sucessão até os apóstolos no passado, sendo a Igreja Católica Romana, a Ortodoxa Oriental ou Protestante, é que são todas uma tentativa de deduzir ou apoiar a autoridade do que eles crêem e ensinam (de fontes erradas), com alguma conexão real ou percebida com os apóstolos, ao invés de vindas diretamente da Palavra de Deus. É importante para os cristãos compreender que a sucessão apostólica direta não é necessária para que uma igreja ou denominação tenha autoridade. Deus deu e preservou a suprema autoridade para todos os assuntos de fé e prática na Sua Santa Palavra, a Bíblia. Por esta razão, a autoridade de uma determinada denominação de igreja hoje não vem através de um laço qualquer com a igreja do primeiro século ou apóstolos, mas vem somente e diretamente da escrita Palavra de Deus. Os ensinamentos de uma igreja ou denominação têm autoridade e se impõem nos cristãos somente se representam o verdadeiro significado e claro ensinamento das Escrituras. Isto é um ponto importante a chegar quando se trata de compreender a conexão entre Protestantismo e a Igreja Católica Romana, e a razão por que a Reforma Protestante ocorreu.

Ao se compreender a história do Cristianismo e as alegações de sucessão apostólica, tão bem quanto a alegação da Igreja Católica Romana em ser a única Igreja verdadeira com singular autoridade, é importante que cheguemos a alguns pontos-chave: Primeiro, devemos compreender que mesmo nos dias dos apóstolos e na igreja do primeiro século, falsos mestres e falsos ensinamentos se constituíam em problema significante. Sabemos disto porque encontramos avisos contra heresias e falsos mestres em todos os escritos posteriores do Novo Testamento. O próprio Jesus alertou que estes falsos mestres seriam como “lobos em pele de cordeiro” (Mateus 7:15), e que haveria “joio e trigo” convivendo até o dia do julgamento, quando Ele separaria os salvos dos perdidos, os verdadeiros crentes “renascidos” daqueles que não O receberam verdadeiramente (Mateus 13:24-30). Isto é importante na compreensão da história da igreja, pois desde quase o começo falsos mestres e falsos ensinamentos invadiram a igreja, desviando as pessoas do caminho correto. Mas apesar disto, sempre houve também os verdadeiros crentes “renascidos”, que através de todas as gerações, mesmo nos períodos mais negros da idade das trevas, se agarraram firmemente às doutrinas bíblicas de salvação apenas pela graça, através somente da fé, somente em Jesus Cristo.

A segunda coisa que devemos saber para podermos compreender corretamente a história da igreja é que a palavra “católico” simplesmente significa “universal”. Isto se faz importante porque os escritos cristãos primitivos do primeiro e segundo séculos, quando o termo “católico” é usado, referem-se à “igreja universal” ou “corpo de Cristo” que é feito dos crentes “renascidos” de cada tribo, língua e nação (Apocalipse 5:9; 7:9). Entretanto, como muitas palavras através dos tempos, a palavra “católico” começou a assumir novo significado, ou veio a ser usada em um novo sentido. Através dos tempos, o conceito de uma igreja “universal” ou “católica” começou a tornar-se o conceito de que todas as igrejas eram consideradas como formando, juntas, uma igreja, não apenas espiritualmente, mas também visivelmente, estendendo-se através do mundo. Este mal entendimento da natureza da igreja visível (que sempre teve “joio e trigo” e a igreja invisível (o corpo de Cristo que é feito apenas de crentes renascidos), levaria ao conceito de uma visível Igreja Católica Santa, fora da qual não há salvação. É por causa deste mal entendimento da natureza da igreja universal que a Igreja Católica Romana se desenvolveu.

Antes da conversão de Constantino ao Cristianismo em 315 d.C., os cristãos haviam sido perseguidos pelo governo romano. Com sua conversão, o Cristianismo tornou-se uma religião permitida do Império Romano (e mais tarde tornou-se a religião oficial), e desta forma a Igreja “visível” juntou-se com o poder do governo Romano. Este casamento de Igreja e Estado levou à formação da Igreja Católica Romana, e através dos tempos fez com que a Igreja Católica Romana refinasse sua doutrina e desenvolvesse sua estrutura da forma que melhor servisse aos propósitos do governo romano. Durante este tempo, opor-se à Igreja Católica Romana era o mesmo que se opor ao governo romano, o que acarretava severas penas. Por este motivo, se alguém discordasse com alguma doutrina da Igreja Católica Romana, seria uma séria ofensa que freqüentemente levaria à excomunhão, e às vezes até a morte.

Apesar de tudo, neste momento da história havia verdadeiros cristãos “renascidos” que se levantariam e se oporiam à secularização da Igreja Católica Romana e à distorção da fé que seguiam. Através desta combinação entre Igreja e Estado, através dos tempos, a Igreja Católica Romana efetivamente silenciou aqueles que se opuseram a qualquer uma de suas doutrinas e práticas, e verdadeiramente quase se tornou uma igreja universal através do Império Romano. Havia sempre “bolsões” de resistência a algumas das práticas e ensinamentos não-bíblicos da Igreja Católica Romana, apesar de serem relativamente pequenos e isolados. Antes da Reforma Protestante, no século XVI, homens como John Wycliffe, na Inglaterra, John Huss, na então Tchecoslováquia e John of Wessel na Alemanha, todos já haviam dado suas vidas por sua oposição a alguns dos ensinamentos não-bíblicos da Igreja Católica Romana.

A oposição à Igreja Católica Romana e a seus falsos ensinamentos piorou no século XVI, quando um monge católico Romano chamado Martin Luther (Martinho Lutero) pregou suas 95 Teses contra os ensinamentos da Igreja Católica Romana na porta da igreja do castelo de Wittenbert, Alemanha. A intenção de Martinho Lutero era reformar a Igreja Católica Romana, e fazendo assim estava desafiando a autoridade do papa. Com a recusa da Igreja Católica Romana em dar ouvidos à chamada de Lutero para a reforma e retorno às doutrinas e práticas bíblicas, iniciou-se a Reforma Protestante, da qual quatro divisões ou tradições principais de Protestantismo surgiriam: Luteranismo, Reformados, Anabatistas e Anglicanos. Durante este tempo Deus levantou homens piedosos em diferentes países para, uma vez mais restaurar igrejas por todo o mundo a suas origens bíblicas e a suas doutrinas e práticas bíblicas.

Junto à Reforma Protestante se assentam quatro perguntas ou doutrinas básicas, que segundo criam estes reformadores, constituíam erro por parte da Igreja Católica Romana. Estas quatro questões ou doutrinas são: Como uma pessoa é salva? Onde reside a autoridade religiosa? O que é a igreja? Qual a essência do viver cristão? Respondendo a estas perguntas, os reformadores protestantes, como Martinho Lutero, Ulrich Zwingli, John Calvin (João Calvino) e John Knox estabeleceram o que seria conhecido como as “Cinco Solas” (sola é a palavra latina para única) da Reforma. Estes cinco pontos da doutrina formam o coração da Reforma Protestante, e era por estas cinco doutrinas bíblicas essenciais que os reformadores protestantes afirmariam sua opinião contra a Igreja Católica Romana, resistindo às exigências a eles feitas para que voltassem atrás em seus ensinamentos, mesmo até ao ponto de morrer. Estas cinco doutrinas essenciais da Reforma Protestante são:


1- Sola Scriptura - somente a Escritura: afirma a doutrina bíblica de que somente a Bíblia é a única autoridade para todos os assuntos de fé e prática. As Escrituras e somente as Escrituras são o padrão pelo qual todos os ensinamentos e doutrinas da igreja devem ser medidos. Como Martinho Lutero tão eloqüentemente afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos: “Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém."


2- Sola Gratia - somente a graça (salvação somente pela graça): afirma a doutrina bíblica de que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de Sua ira apenas por Sua graça. A graça de Deus em Cristo não é meramente necessária, mas é a única causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte espiritual para a vida espiritual.


3- Sola Fide - somente a fé (salvação somente pela fé): afirma a doutrina bíblica de que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus.


4- Solus Christus – somente Cristo: afirma a doutrina bíblica de que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficientes para nossa justificação e reconciliação com Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta.


5- Soli Deo Gloria - glória somente a Deus: afirma a doutrina bíblica de que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus apenas para Sua glória. Isto demonstra que como cristãos devemos glorificar sempre a Ele, e devemos viver toda a nossa vida perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e somente para sua glória.

Estas cinco importantes e fundamentais doutrinas são a razão da Reforma Protestante. Estão no coração do erro doutrinário da Igreja Católica Romana, e por que a Reforma Protestante se fazia necessária para fazer com que as igrejas através do mundo voltassem às doutrinas e ensinamentos bíblicos corretos. São tão importantes hoje em avaliar a igreja e seus ensinos quanto eram no passado. De muitas formas, grande parte da cristandade protestante precisa ser desafiada a retornar a essas doutrinas fundamentais de fé, da mesma forma que os reformadores desafiaram a Igreja Católica Romana no século XVI.