domingo, 13 de novembro de 2011


Aline Barros fala de emoção ao ganhar o Grammy Latino 2011
A cantora gospel Aline Barros conquistou, nesta quinta (10), seu 4º prêmio no Grammy Latino 2011 de melhor álbum cristão em língua portuguesa com "Extraordinário Amor de Deus". A cantora, que está de licença-maternidade, acompanhou de casa enquanto seu marido foi à Las Vegas (EUA) receber o troféu. No vídeo, Aline fala da emoção no momento da notícia e agradece aos seus fãs.


Globo planeja programa de música gospel para 2012 De olho no público evangélico, emissora lança ainda o especial "Festival Troféu Promessas"
De olho no grande mercado musical evangélico, a Globo projeta o lançamento de um programa gospel para o ano que vem. Segundo informações exclusivas obtidas pelo NaTelinha, a atração seria voltada para a música evangélica e a Globo estaria sondando cantoras do meio gospel para comandarem a atração.

A estreia de um conteúdo evangélico seria um acontecimento inédito na história da Globo. A "Santa Missa" é o único programa religioso exibido pela emissora carioca.

Outra atração evangélica, já confirmada pela Globo, será exibida como especial de fim de ano. O "Festival Troféu Promessas" será gravado no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, e exibido no dia 18 de dezembro das 13h às 14h10.


"Música, agitação e tombo no meio de um culto religioso" é o que Paulo Henrique Amorim, apresentador do "Domingo Espetacular", anuncia como destaque da edição deste domingo (13) do jornalístico da Record.

A reportagem vai abordar o tema "cair no espírito", prática usual nas igrejas evangélicas petencostais. Na crença praticada por essas denominações, os fiéis ficam como em estado de transe e podem manifestar o recebimento do Espírito Santo de diversas maneiras, entre elas caindo no chão.

O Bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Record, já se posicionou publicamente contra essa prática. Em setembro, Macedo e outros pastores da Universal utilizaram os veículos de comunicação da igreja para criticarem a Igreja Assembléia de Deus e Ana Paula Valadão, líder do grupo musical Diante do Trono.

Primeiramente em seu blog, Macedo comparou os cultos da Assembléia de Deus a celebrações de terreiros de macumba. Em resposta, também em seu blog, o pastor Marcos Feliciano, da Assembléia de Deus, negou qualquer semelhança: “A diferença é que aqui tudo é original, lá no terreiro de macumba, é imitação barata”, afirmou.

Depois, Ana Paula Valadão foi ironizada por pastores da IURD TV. Eles utilizaram vídeos de um culto em que um pastor finlandês colocou as mãos sobre Ana, fazendo a cantora cair no chão. O culto ocorreu na Igreja Batista da Lagoinha, onde Ana também é pastora.

Os pastores da Universal criticaram mais uma vez a prática de "cair no espírito" e chegaram a afirmar que Ana Paula estava "endemoniada". No rádio, poucos dias antes, Edir Macedo disse que 99% dos cantores gospel são ’endemoniados’ e ’perturbados’.

Por meio do Twitter, a cantora rebateu as acusações: "Interessante ser criticada por me render de corpo e alma em adoração na presença de Deus... até me regozijo por isso; não me deixarei intimidar", postou.

A reportagem do "Domingo Espetacular" vai citar mais uma vez Ana Paula Valadão. Com isso, será a terceira vez que Edir Macedo usará veículos da Universal para atacar a cantora.

Junto com artistas como Aline Barros, Cassiane, Fernanda Brum e Ludmila Ferber, Ana Paula é um dos maiores sucessos da música evangélica no Brasil. Seu grupo, o Diante do Trono, é o maior vendedor de música gospel da Som Livre - braço fonográfico das Organizações Globo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Igreja Congregacional esteve em festa nesse sábado 29 de Outubro na ocasião esteve presente os pastores Josizam da cidade de Apodi RN, com o Diagno Humberto, e o pastor Deusdete da cidade de Felipe Gurra RN, na oportunidade o pasto Joziram realizou o batismo da irmaes Marina e Elizimar, e tambem a santa ceia. agradecemos a Deus por esse culto maravilho e abençoado, onde tambem o pastor joziram foi o preletor da noite.




Igreja Evangélica Congregacional da Aliança
Campo Grande RN.

Protestantes que não Protestam mais
(Reflexão):

‘’Porém enviou profetas entre eles, para os reconduzir ao SENHOR, os quais protestaram contra eles; mas eles não deram ouvidos’’. (2 Crônicas 24:19).
No dia 31 de Outubro, comemorou-se em pouquíssimas igrejas evangélicas a reforma protestantes em bora muitas pessoas só se lembrem nesse dia do halloween. Recebemos o nome de protestantes pelo fato de Lutero, na época, ter conseguido poderosos aliados entre a nobreza e a alta burguesia, que o auxiliaram a difundir sua doutrina pelo norte da Alemanha, pela Suécia, pela Dinamarca e pela Noruega, foram esses aliados que, em 1529, protestaram contra a preservação das medidas tomadas pelo imperador Clemente 7. A parti desse protesto é que se difundiu o nome protestante para designa os não católicos. A luta de Lutero e de outros reformadores, não foi apenas contra as indulgências, mas que houvesse um retorno à Palavra. Creio eu que hoje esse mesmo clamor deve ser levantado nos dias hodiernos. Hoje, os protestantes não protestam mais. Calam-se diante dos erros, e aplaudem os espetáculos eclesiásticos à semelhança das antigas indulgências. Antes da Reforma Protestante, no século XVI, homens como John Wycliffe, na Inglaterra, John Huss, na então Tchecoslováquia e John of Wessel na Alemanha, todos já haviam dado suas vidas por sua oposição a alguns dos ensinamentos não-bíblicos da Igreja Católica Romana. No dia 16 de 1415, um homem chamado John Hus, na boemia, foi levado para ser queimado pela Igreja romana por causa de sua defesa do Evangelho simples e Bíblico. Em seus últimos instantes levantou sua voz e disse: ‘’Hoje vocês estão matando um ganso, mas daqui a cem anos Deus levantará um cisne, o qual vocês não poderão matá-lo’’. Assim, em 31 de outubro de 1517, portanto cento e dois anos depois do tempo previsto por Hus, um monge da ordem dos agostinianos pregava na porta da capela do castelo de Wittemberg, na Alemanha, um documento contendo as 95 teses escritas por ele, e com isso convocando a quem de direto para um debate a respeito do tema das teses: a venda das indulgencias. O homem foi Martinho Lutero, ele era a voz que Hus vaticinara, e o fato deu origem à maior reviravolta histórica da igreja cristã. ‘’Reforma Protestante’’. O imperador e o papa não puderam conter o canto do cisne: quando foi chamado diante das autoridades da época, em 1521 para que se retratasse de suas convicções, Lutero disse:
‘’Desde que vossa serena majestade e vossas senhorias buscam uma resposta simples, eu a darei. A menos que eu seja convencido pela testemunha das escrituras ou por mera razão (pois não confio em papas nem em concílios somente, pois é bem sabido que eles freqüentemente erram e se contradizem), eu estou atado pelas escrituras que citei, e a minha consciência é escrava da palavra de Deus. Eu não posso e não irei me retratar de nada, já que não é seguro nem correto agir contra a consciência, que Deus me Ajude’’
Portanto a oposição à Igreja Católica Romana e a seus falsos ensinamentos piorou no século XVI, quando esse monge católico Romano chamado Martin Luther (Martinho Lutero) pregou suas 95 Teses contra os ensinamentos da Igreja Católica Romana na porta da igreja do castelo de Wittenbert, Alemanha. A intenção de Martinho Lutero era reformar a Igreja Católica Romana, e fazendo assim estava desafiando a autoridade do papa. Com a recusa da Igreja Católica Romana em dar ouvidos à chamada de Lutero para a reforma e retorno às doutrinas e práticas bíblicas, iniciou-se a Reforma Protestante, da qual quatro divisões ou tradições principais de Protestantismo surgiriam: Luteranismo, Reformados, Anabatistas e Anglicanos. Durante este tempo Deus levantou homens piedosos em diferentes países para, uma vez mais restaurar igrejas por todo o mundo a suas origens bíblicas e a suas doutrinas e práticas bíblicas.

Junto à Reforma Protestante se assentam quatro perguntas ou doutrinas básicas, que segundo criam estes reformadores, constituíam erro por parte da Igreja Católica Romana. Estas quatro questões ou doutrinas são: Como uma pessoa é salva? Onde reside a autoridade religiosa? O que é a igreja? Qual a essência do viver cristão? Respondendo a estas perguntas, os reformadores protestantes, como Martinho Lutero, Ulrich Zwingli, John Calvin (João Calvino) e John Knox estabeleceram o que seria conhecido como as “Cinco Solas” (sola é a palavra latina para única) da Reforma. Estes cinco pontos da doutrina formam o coração da Reforma Protestante, e era por estas cinco doutrinas bíblicas essenciais que os reformadores protestantes afirmariam sua opinião contra a Igreja Católica Romana, resistindo às exigências a eles feitas para que voltassem atrás em seus ensinamentos, mesmo até ao ponto de morrer. Estas cinco doutrinas essenciais da Reforma conhecidos também como os cinco pilares da reforma, precisamos entender de maneira mais clara, que infelizmente, são desconhecidos daqueles que afirmam: ‘’Eu sou protestante’’

Sola Scriptura: (Somente a Escritura): A escritura sagrada é a nossa única regra de fé e pratica. Nada mais tem autoridade igual ou superior à da Bíblia. ‘’Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra’’.
(2 Tm 3:16-17), ‘’Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro;
E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro’’. (Ap 22:18-19), quantas superstições e heresias antibíblica têm penetrado nas Igrejas que rejeitam esse importante principio. Portanto os reformadores criam que somente a Bíblia é a única autoridade para todos os assuntos de fé e prática. As Escrituras e somente as Escrituras são o padrão pelo qual todos os ensinamentos e doutrinas da igreja devem ser medidos. Como Martinho Lutero tão eloqüentemente afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos: “Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém."

Sola Gratia: (A salvação somente pela Graça): Nossa salvação se dá somente pela graça de Deus. Não existe nem mesmo uma centelha de bondade no homem que tenha movido o Criador a salva-lo (Rm 3:10-20) (Tt 3:3-7) ‘’ E, se pela graça, já não é pelas obras; do contrario, a graça já não é graça’’ (Rm 11:6). A doutrina bíblica de que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de Sua ira apenas por Sua graça. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte espiritual para a vida espiritual. ‘’Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie’’ (Efésios 2:8-9)

Sola Fide: (Somente a Fé): O único meio pela qual o homem pode se chegar a Deus é mediante a fé no sacrifício perfeito e substitutivo de Jesus Cristo. ‘’A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. (Rm 10:9-11) Obra alguma e objeto algum pode tomar o lugar da fé (Rm 1:17) (Ef 2:8). A doutrina bíblica de que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus. Somente a fé (salvação somente pela fé) em Jesus Cristo.

Solus Christus: (Somente Cristo): O único objeto de fé é Jesus Cristo. Ele é o salvador dos homens caminho que nos leva a Deus. Qualquer outro tipo de mediação entre Deus e os homens que não seja por Jesus é invenção de mentes contaminadas. ‘’Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem’’. (1Tm 2:5) nada pode media a fé dos homens, somente Jesus Cristo. Afirma a doutrina Bíblica de que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficiente para nossa justificação e reconciliação com Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta. ‘’A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido’’. (Rm 10:9-11)

Sola Deo Gloria: (Gloria somente a Deus): A Deus toda a glória. Nada deve ser atribuído a nós ou a qualquer outro ser celestial, humano, vivo ou morto ou ordenança de Igreja alguma a não ser a própria pessoa de Cristo. Tudo vem de Deus por Cristo. ‘’Ao único Deus sábio, salvador nosso, seja gloria e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre amém’’ (Jd 25). Afirma a doutrina bíblica de que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus apenas para Sua glória. Isto demonstra que como cristãos devemos glorificar sempre a Ele, e devemos viver toda a nossa vida perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e somente para sua glória. ‘’Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois a outro não darei, nem o meu louvor às imagens de esculturas’’ (Is 42:8).
Estas cinco importantes e fundamentais doutrinas são a razão da Reforma Protestante. Estão no coração do erro doutrinário da Igreja Católica Romana, e por que a Reforma Protestante se fazia necessária para fazer com que as igrejas através do mundo voltassem às doutrinas e ensinamentos bíblicos corretos. São tão importantes hoje em avaliar a igreja e seus ensinos quanto eram no passado. De muitas formas, grande parte da cristandade protestante precisa ser desafiada a retornar a essas doutrinas fundamentais de fé, da mesma forma que os reformadores desafiaram a Igreja Católica Romana no século XVI.

Por que protestar hoje?

Protestemos hoje de novo, afim de que haja um retorno à Palavra de Deus:
1) Para que o povo deixe de confiar em amuletos supersticiosos, e invencionices de pessoas ‘’Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja gloria é para confusão deles...’’ (Fp 3:19).
2) Para que a Igreja chegue à maturidade: ‘’Desejando afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo’’ (1Pe 2:2).
3) Para que, nós mesmo, nos alimentemos de alimento sólido que encontramos, não ‘’Novas revelações’’, mas nas antigas doutrinas da graça, como nos diz o escritor aos Hebreus: ‘’Porque, devemos já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de solido mantimento’’ (Hb 5:12). Amém.

Obs.: ‘’O papa chamava Martinho Lutero de javali de Roma’’.
Pr. João Maria Neris de Freitas.
31/10/2011.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011


"O que foi a Reforma Protestante?”

Resposta: Ao compreendermos a história da Igreja Protestante e da Reforma, é importante primeiramente entender que uma das alegações feitas pela Igreja Católica Romana é a da sucessão apostólica. Isto simplesmente significa que eles alegam uma autoridade única sobre todas as igrejas e denominações, fazendo um retrocesso através dos séculos na linha de sucessão dos papas da Igreja Católica, chegando até o Apóstolo Pedro. Na visão que têm os católicos, isto dá a Igreja Católica Romana a singular autoridade que suplanta todas as denominações de igrejas. De acordo com a Enciclopédia Católica, esta sucessão apostólica é somente “encontrada na Igreja Católica” e nenhuma “igreja separada tem qualquer validade de alegar para si este direito.”

É por causa desta sucessão apostólica que a Igreja Católica Romana alega ter a singular autoridade para interpretar as Escrituras e estabelecer doutrinas, assim como ter um supremo líder no papa, que é infalível (livre de erro) quando falando ex cathedra , ou seja, no exercício de sua posição como pastor e mestre de todos os cristãos. Por este motivo, de acordo como a visão católica romana, os ensinamentos e tradições da Igreja Católica Romana, por virem do papa, são igualmente infalíveis e dotadas de autoridade, assim como as próprias Escrituras. Esta é uma das maiores diferenças entre os católicos romanos e os protestantes, e foi uma das razões fundamentais para a Reforma Protestante.

Logicamente os católicos romanos não são os únicos que tentam alegar para si a singular autoridade através da sucessão apostólica, rastreando as raízes de sua igreja até os dias dos primeiros apóstolos. Por exemplo, a Igreja Ortodoxa Oriental também alega sucessão apostólica, sendo esta muito parecida com a visão católica romana. A divisão entre a Igreja Ortodoxa Oriental e o Catolicismo Romano não ocorreu até o “Grande Cisma” em 1054 d.C. (a Igreja Católica Romana ocidental e a Igreja Ortodoxa oriental se separam). Há também algumas denominações protestantes ou grupos que tentarão estabelecer um “Rastreamento de Sangue” que possa ser feito retroativamente através dos séculos até a igreja do primeiro século e aos próprios apóstolos. Apesar destes protestantes não afirmarem a sucessão apostólica para estabelecer a autoridade de um “papa” como um líder infalível, eles, mesmo assim, vêem tal ligação com a igreja primitiva, em pelo menos um pequeno grau, como estabelecendo a autoridade de suas doutrinas e práticas.

O problema com qualquer uma destas tentativas de traçar uma linha de sucessão até os apóstolos no passado, sendo a Igreja Católica Romana, a Ortodoxa Oriental ou Protestante, é que são todas uma tentativa de deduzir ou apoiar a autoridade do que eles crêem e ensinam (de fontes erradas), com alguma conexão real ou percebida com os apóstolos, ao invés de vindas diretamente da Palavra de Deus. É importante para os cristãos compreender que a sucessão apostólica direta não é necessária para que uma igreja ou denominação tenha autoridade. Deus deu e preservou a suprema autoridade para todos os assuntos de fé e prática na Sua Santa Palavra, a Bíblia. Por esta razão, a autoridade de uma determinada denominação de igreja hoje não vem através de um laço qualquer com a igreja do primeiro século ou apóstolos, mas vem somente e diretamente da escrita Palavra de Deus. Os ensinamentos de uma igreja ou denominação têm autoridade e se impõem nos cristãos somente se representam o verdadeiro significado e claro ensinamento das Escrituras. Isto é um ponto importante a chegar quando se trata de compreender a conexão entre Protestantismo e a Igreja Católica Romana, e a razão por que a Reforma Protestante ocorreu.

Ao se compreender a história do Cristianismo e as alegações de sucessão apostólica, tão bem quanto a alegação da Igreja Católica Romana em ser a única Igreja verdadeira com singular autoridade, é importante que cheguemos a alguns pontos-chave: Primeiro, devemos compreender que mesmo nos dias dos apóstolos e na igreja do primeiro século, falsos mestres e falsos ensinamentos se constituíam em problema significante. Sabemos disto porque encontramos avisos contra heresias e falsos mestres em todos os escritos posteriores do Novo Testamento. O próprio Jesus alertou que estes falsos mestres seriam como “lobos em pele de cordeiro” (Mateus 7:15), e que haveria “joio e trigo” convivendo até o dia do julgamento, quando Ele separaria os salvos dos perdidos, os verdadeiros crentes “renascidos” daqueles que não O receberam verdadeiramente (Mateus 13:24-30). Isto é importante na compreensão da história da igreja, pois desde quase o começo falsos mestres e falsos ensinamentos invadiram a igreja, desviando as pessoas do caminho correto. Mas apesar disto, sempre houve também os verdadeiros crentes “renascidos”, que através de todas as gerações, mesmo nos períodos mais negros da idade das trevas, se agarraram firmemente às doutrinas bíblicas de salvação apenas pela graça, através somente da fé, somente em Jesus Cristo.

A segunda coisa que devemos saber para podermos compreender corretamente a história da igreja é que a palavra “católico” simplesmente significa “universal”. Isto se faz importante porque os escritos cristãos primitivos do primeiro e segundo séculos, quando o termo “católico” é usado, referem-se à “igreja universal” ou “corpo de Cristo” que é feito dos crentes “renascidos” de cada tribo, língua e nação (Apocalipse 5:9; 7:9). Entretanto, como muitas palavras através dos tempos, a palavra “católico” começou a assumir novo significado, ou veio a ser usada em um novo sentido. Através dos tempos, o conceito de uma igreja “universal” ou “católica” começou a tornar-se o conceito de que todas as igrejas eram consideradas como formando, juntas, uma igreja, não apenas espiritualmente, mas também visivelmente, estendendo-se através do mundo. Este mal entendimento da natureza da igreja visível (que sempre teve “joio e trigo” e a igreja invisível (o corpo de Cristo que é feito apenas de crentes renascidos), levaria ao conceito de uma visível Igreja Católica Santa, fora da qual não há salvação. É por causa deste mal entendimento da natureza da igreja universal que a Igreja Católica Romana se desenvolveu.

Antes da conversão de Constantino ao Cristianismo em 315 d.C., os cristãos haviam sido perseguidos pelo governo romano. Com sua conversão, o Cristianismo tornou-se uma religião permitida do Império Romano (e mais tarde tornou-se a religião oficial), e desta forma a Igreja “visível” juntou-se com o poder do governo Romano. Este casamento de Igreja e Estado levou à formação da Igreja Católica Romana, e através dos tempos fez com que a Igreja Católica Romana refinasse sua doutrina e desenvolvesse sua estrutura da forma que melhor servisse aos propósitos do governo romano. Durante este tempo, opor-se à Igreja Católica Romana era o mesmo que se opor ao governo romano, o que acarretava severas penas. Por este motivo, se alguém discordasse com alguma doutrina da Igreja Católica Romana, seria uma séria ofensa que freqüentemente levaria à excomunhão, e às vezes até a morte.

Apesar de tudo, neste momento da história havia verdadeiros cristãos “renascidos” que se levantariam e se oporiam à secularização da Igreja Católica Romana e à distorção da fé que seguiam. Através desta combinação entre Igreja e Estado, através dos tempos, a Igreja Católica Romana efetivamente silenciou aqueles que se opuseram a qualquer uma de suas doutrinas e práticas, e verdadeiramente quase se tornou uma igreja universal através do Império Romano. Havia sempre “bolsões” de resistência a algumas das práticas e ensinamentos não-bíblicos da Igreja Católica Romana, apesar de serem relativamente pequenos e isolados. Antes da Reforma Protestante, no século XVI, homens como John Wycliffe, na Inglaterra, John Huss, na então Tchecoslováquia e John of Wessel na Alemanha, todos já haviam dado suas vidas por sua oposição a alguns dos ensinamentos não-bíblicos da Igreja Católica Romana.

A oposição à Igreja Católica Romana e a seus falsos ensinamentos piorou no século XVI, quando um monge católico Romano chamado Martin Luther (Martinho Lutero) pregou suas 95 Teses contra os ensinamentos da Igreja Católica Romana na porta da igreja do castelo de Wittenbert, Alemanha. A intenção de Martinho Lutero era reformar a Igreja Católica Romana, e fazendo assim estava desafiando a autoridade do papa. Com a recusa da Igreja Católica Romana em dar ouvidos à chamada de Lutero para a reforma e retorno às doutrinas e práticas bíblicas, iniciou-se a Reforma Protestante, da qual quatro divisões ou tradições principais de Protestantismo surgiriam: Luteranismo, Reformados, Anabatistas e Anglicanos. Durante este tempo Deus levantou homens piedosos em diferentes países para, uma vez mais restaurar igrejas por todo o mundo a suas origens bíblicas e a suas doutrinas e práticas bíblicas.

Junto à Reforma Protestante se assentam quatro perguntas ou doutrinas básicas, que segundo criam estes reformadores, constituíam erro por parte da Igreja Católica Romana. Estas quatro questões ou doutrinas são: Como uma pessoa é salva? Onde reside a autoridade religiosa? O que é a igreja? Qual a essência do viver cristão? Respondendo a estas perguntas, os reformadores protestantes, como Martinho Lutero, Ulrich Zwingli, John Calvin (João Calvino) e John Knox estabeleceram o que seria conhecido como as “Cinco Solas” (sola é a palavra latina para única) da Reforma. Estes cinco pontos da doutrina formam o coração da Reforma Protestante, e era por estas cinco doutrinas bíblicas essenciais que os reformadores protestantes afirmariam sua opinião contra a Igreja Católica Romana, resistindo às exigências a eles feitas para que voltassem atrás em seus ensinamentos, mesmo até ao ponto de morrer. Estas cinco doutrinas essenciais da Reforma Protestante são:


1- Sola Scriptura - somente a Escritura: afirma a doutrina bíblica de que somente a Bíblia é a única autoridade para todos os assuntos de fé e prática. As Escrituras e somente as Escrituras são o padrão pelo qual todos os ensinamentos e doutrinas da igreja devem ser medidos. Como Martinho Lutero tão eloqüentemente afirmou quando a ele foi pedido para que voltasse atrás em seus ensinamentos: “Portanto, a menos que eu seja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pelo mais claro raciocínio; a menos que eu seja persuadido por meio das passagens que citei; a menos que assim submetam minha consciência pela Palavra de Deus, não posso retratar-me e não me retratarei, pois é perigoso a um cristão falar contra a consciência. Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa; Deus queira ajudar-me. Amém."


2- Sola Gratia - somente a graça (salvação somente pela graça): afirma a doutrina bíblica de que a salvação é pela graça de Deus apenas, e que nós somos resgatados de Sua ira apenas por Sua graça. A graça de Deus em Cristo não é meramente necessária, mas é a única causa eficiente da salvação. Esta graça é a obra sobrenatural do Espírito Santo que nos traz a Cristo por nos soltar da servidão do pecado e nos levantar da morte espiritual para a vida espiritual.


3- Sola Fide - somente a fé (salvação somente pela fé): afirma a doutrina bíblica de que a justificação é pela graça somente, através da fé somente, por causa somente de Cristo. É pela fé em Cristo que Sua justiça é imputada a nós como a única satisfação possível da perfeita justiça de Deus.


4- Solus Christus – somente Cristo: afirma a doutrina bíblica de que a salvação é encontrada somente em Cristo e que unicamente Sua vida sem pecado e expiação substitutiva são suficientes para nossa justificação e reconciliação com Deus o Pai. O evangelho não foi pregado se a obra substitutiva de Cristo não é declarada, e a fé em Cristo e Sua obra não é proposta.


5- Soli Deo Gloria - glória somente a Deus: afirma a doutrina bíblica de que a salvação é de Deus, e foi alcançada por Deus apenas para Sua glória. Isto demonstra que como cristãos devemos glorificar sempre a Ele, e devemos viver toda a nossa vida perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e somente para sua glória.

Estas cinco importantes e fundamentais doutrinas são a razão da Reforma Protestante. Estão no coração do erro doutrinário da Igreja Católica Romana, e por que a Reforma Protestante se fazia necessária para fazer com que as igrejas através do mundo voltassem às doutrinas e ensinamentos bíblicos corretos. São tão importantes hoje em avaliar a igreja e seus ensinos quanto eram no passado. De muitas formas, grande parte da cristandade protestante precisa ser desafiada a retornar a essas doutrinas fundamentais de fé, da mesma forma que os reformadores desafiaram a Igreja Católica Romana no século XVI.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011


John Papir

A oração como busca da glória de Deus.


Ouça mais uma vez as palavras de Jesus em João 14.13: "Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho". Imagine que você está totalmente paralisado e não pode fazer nada por si mesmo, a não ser falar. E imagine que um amigo forte e confiável prometeu morar com você e fazer tudo o que você precisa fazer. Como você pode glorificar seu amigo se um estranho vem ver você? Você tentaria glorificar sua generosidade e força tentando sair da cama a carregando-o?
Não! Você diria: "Meu amigo, por favor, venha levantar-me, ponha um travesseiro nas minhas costas para que eu possa olhar para o meu visitante. E, por favor, ponha os óculos em mim". Desse modo, seu visitante concluiria a partir de seus pedidos que você está impossibilitado e que seu amigo é forte e gentil. Você glorifica seu amigo precisando dele, pedindo-lhe que o ajude e dependendo dele.
Em João 15.5, Jesus diz: "Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". Portanto, somos realmente paralíticos. Sem Cristo não somos capazes de nada bom. Como Paulo diz em Romanos 7.18: "Em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum".
Mas, de acordo com João 15.5, Deus quer que façamos algo bom - dar fruto. Assim, como nosso amigo forte e confiável —"Tenho-vos chamado amigos" (Jo 15.15)— ele promete fazer por nós o que não podemos fazer pessoalmente.
Como, então, podemos glorificá-lo? Jesus dá a resposta em João 15.7: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito". Nós oramos! Pedimos a Deus que faça por nós por intermédio de Cristo o que não podemos fazer por nós mesmos - dar fruto. O versículo 8 apresenta o resultado: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto". E como Deus é glorificado pela oração?
A oração é a admissão pública de que sem Cristo não podemos fazer nada. Orar é desviar-se de si mesmo para Deus, na confiança de que ele providenciará a ajuda de que precisamos. A oração nos humilha, como necessitados, e exalta Deus, como rico.


Rev Hernandes Dias Lopes

Vivendo dentro do orçamento


Não é fácil lidar com o dinheiro, principalmente quando o dinheiro é pouco e os gastos são muitos. A pressão da sociedade consumista e o apelo do visual que se renova a cada dia para atrair a atenção dos compradores, geram nas pessoas necessidades e até mesmo uma compulsão por coisas supérfluas e não essenciais. Daí muitas pessoas ficarem insatisfeitas e até frustradas por não conseguirem acompanhar essa ciranda louca do mundo comercial.
O cristão precisa ter alguns princípios elementares que devem reger a sua vida:

1. Deve aprender a viver contente em toda e qualquer situação – Nosso contentamento deve estar em Deus e não nas coisas materiais. O dinheiro e as coisas que ele pode nos dar não nos satisfazem. Tendo o que comer e vestir, diz Paulo, com isto devemos estar contentes.

2. Deve viver dentro do seu orçamento – O cristão deve envidar todos os esforços para não gastar mais do que ganha. Ele precisa ser criterioso no seu orçamento. Não podemos começar um projeto sem antes calcular o seu custo. Não podemos viver num padrão acima das nossas possibilidades. O mundo moderno tenta nos levar a comprar o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar as pessoas que não conhecemos.

3. Não contrair dívidas – Paulo diz: “A ninguém fiqueis devendo nada, exceto o amor…”. Devemos ser muito cuidadosos para não nos envolvermos com dívidas, pois contraí-las sem saldá-las integralmente, no tempo devido, é comprometer o nosso nome, bem como a honra do Evangelho, além de causar transtornos para quem nos socorreu na hora da aflição. Especialmente num mercado financeiro, onde os juros são abusivos, nosso cuidado deve ser redobrado para não cairmos na rede de compromissos financeiros impagáveis. O melhor é evitar comprar a prazo e ter o máximo de critério para não exceder no uso dos cartões de crédito.

4. Fazer um cuidadoso exame em nossa escala de valores – É bem provável que muitas pessoas já embutiram em seus orçamentos coisas absolutamente dispensáveis e desnecessárias. Precisamos ter um estilo de vida mais simples, mais modesto. Muitas vezes gastamos muito em nossos próprios deleites, enquanto investimos tão pouco nas causas nobres do Reino de Deus. Às vezes, chegamos ao ponto de contrairmos dívidas, que vão se tornando uma bola de neve, para mantermos certos itens no nosso orçamento, que bem poderiam ser cortados, sem nenhum prejuízo para nós.

5. Dar a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus – Como cristãos temos deveres para com o Estado e para com Deus. Não podemos sonegar o que lhes é devido. A Bíblia diz que reter mais do que é justo é pura perda. A fidelidade abre sobre nós as janelas do céu, pois a bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto.
Oro a Deus para que sejamos um povo fiel no pouco e no muito. A grandeza de uma pessoa não está no ter, mas no ser. O bom nome vale mais do que as riquezas. Que Deus nos ajude a administrar com sabedoria os recursos que Ele colocou em nossas mãos.



Rev. Hernandes Dias Lopes.

Princípios para uma vida abençoada


Jesus, o mestre por excelência, no sermão do monte, deixou claro que a verdadeira felicidade não é resultado da observância de regras religiosas engendradas pelo homem, mas uma transformação profunda do caráter operada por Deus. Em Mateus 5.1-16 Jesus expõe os princípios para uma vida abençoada:

1. Ter uma atitude correta em relação a nós mesmos – v. 3 – Ser pobre de espírito é ser humilde, é ter uma correta auto-estima (Rm 12.3), é ser honesto consigo mesmo. É conhecer-se a si mesmo e aceitar-se a si mesmo. Feliz é aquele que não busca ser maior do que os outros, que não vive buscando aplausos para si mesmo.

2. Ter uma atitude correta em relação ao pecado – v. 4 – Ser feliz é chorar pelo pecado, é sentir tristeza por entristecer a Deus. Encobrir o pecado é afastar-se do caminho da felicidade. Chorar pelo pecado é reconhecer sua hediondez, sua malignidade e fugir dele com todas as forças da alma.

3. Ter uma atitude correta em relação a Deus – v. 5,6,8 – Feliz é aquele que entregou seus direitos a Deus. Manso é aquele que não briga por seus direitos, que não luta para conduzir o seu próprio destino, mas aceita com alegria a direção de Deus. Feliz é aquele que tem fome e sede de justiça. Ele não luta por benefícios pessoais, mas por princípios absolutos que emanam da Palavra de Deus. Também, a felicidade é resultado da pureza de coração. Ser feliz é ter um coração puro, é abastecer os pensamentos, os olhos, os ouvidos, a alma com as coisas que procedem do Espírito de Deus.

4. Ter uma atitude correta em relação ao próximo – v. 7,9 – Jesus disse que feliz não é aquele que acumula e ajunta só para si, mas o que exerce misericórdia. Feliz é o que se torna instrumento da mesma misericórdia da qual foi alvo. A felicidade está no dar, no repartir, no distribuir com prodigalidade. Mas, Jesus disse também que feliz é o pacificador. Feliz é aquele que em vez de cavar abismos nos relacionamentos, torna-se um construtor de pontes. Feliz é aquele que aproxima as pessoas, que leva a reconciliação, que tem uma palavra de paz e que instrumentaliza a aproximação daqueles que viviam separados pelos muros da indiferença, do ódio ou do preconceito.

5. Ter uma atitude correta em relação ao mundo – v. 10-16 – Nossa sociedade não é amiga de Deus, nem do povo de Deus. Assim como o mundo rejeitou a Cristo, ele também nos rejeita. Qual deve ser a nossa atitude ao sermos odiados e perseguidos pelo mundo? Devemos nos alegrar! Nossa alegria é ultracircunstancial. O mundo não pode dá-la nem tirá-la. Mas, a nossa posição no mundo não pode ser apenas passiva. Somos chamados para exercer uma poderosa influência transformadora. Como o sal, devemos inibir o mal; como luz, devemos apontar o rumo a seguir.
Essa ação é fruto de uma vida transformada. E uma vida transformada tem poder para viver e pregar o Evangelho transformador de Jesus Cristo.

Rev. Hernandes Dias Lopes


Uma palavra aos Presbíteros


O apóstolo Paulo estava se despedindo dos presbíteros de Éfeso. Já estava embarcando para Cesaréia no porto de Mileto. Ali se reúne com esses líderes da igreja de Éfeso, capital da Ásia Menor, onde passara três anos. Num discurso regado de profunda emoção, o apóstolo dá seu testemunho e reafirma os compromissos que assumira em seu ministério: compromisso com Deus (At 20.19), com ele mesmo (At 20.18,28a), com a Palavra (At 20.20-27), com a igreja (At 20.28-31), com a integridade financeira (At 20.32-35) e com a afetividade (At 20.36-38). Nos versículos 28 a 31 o apóstolo tem uma exortação dirigida especialmente aos presbíteros. Essa palavra é atual e oportuna:

1. O presbítero precisa cuidar da sua própria vida (At 20.28a). “Atendei por vós mesmos…”. A vida do presbítero é a vida do seu presbiterato. Exemplo fala mais do que palavras. O que o presbítero é, torna-se mais importante do que aquilo que ele faz. Vida com Deus precede trabalho para Deus. O presbítero precisa cuidar de si mesmo para não reprovar nos outros aquilo que pratica. Sua vida precisa ser consistente com o ministério que desenvolve. Sua conduta precisa ser irrepreensível dentro e fora da igreja. O presbítero precisa ser exemplo em seu lar, em seu trabalho e em seus relacionamentos.

2. O presbítero precisa pastorear o rebanho de Deus (At 20.28b). O apóstolo Paulo exorta: “Atendei [...] por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”. O presbítero precisa cuidar não apenas de algumas ovelhas do rebanho, mas de todo o rebanho. Precisa compreender a natureza de sua vocação, sabendo que seu presbiterato não é um posto de privilégio, mas uma plataforma de serviço; e mais, esse ministério não vem de homens, mas do próprio Espírito Santo. A autoridade que o presbítero exerce não emana dele mesmo, vem do próprio Deus. O presbítero é também um pastor do rebanho e seu trabalho é de pastoreio, ou seja, ele é chamado para ensinar, exortar, consolar e proteger o rebanho. O presbítero precisa entender que a igreja não é dele, é de Deus. As ovelhas não são dele, pertencem a Cristo, porque foram compradas com o próprio sangue do Cordeiro.

3. O presbítero precisa proteger as ovelhas de Cristo (At 20.29-31). Paulo escreve: “Eu sei que depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai…”. O apóstolo dos gentios faz dois alertas aos presbíteros: o primeiro deles é que há lobos vorazes do lado de fora querendo entrar na igreja para destruir o rebanho. Esses lobos são falsos mestres, com falsas doutrinas, pregando um falso evangelho. Cabe aos presbíteros serem zelosos com a integridade doutrinária da igreja. Cabe a eles a proteção do rebanho contra as novas e velhas heresias que tentam sutilmente entrar na igreja para dispersar e destruir o rebanho de Deus. O segundo alerta que Paulo faz é que há pessoas dentro da própria igreja com tendências perigosas, e que, em dado momento se levantarão falando coisas pervertidas para arrastar após si as ovelhas. Essas pessoas que estiveram enrustidas e camufladas dentro da igreja nunca buscaram os interesses de Cristo nem do rebanho. Sempre estiveram buscando seus próprios interesses. Essas pessoas não amam as ovelhas, amam a si mesmas. Elas não servem ao rebanho, se servem dele. Cabe aos presbíteros proteger as ovelhas de Cristo desses crentes falsos que se levantam para se tornar falsos mestres. O presbiterato precisa ser exercido com um profundo senso de cuidado. Paulo diz: “Portanto, vigiai”!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Um homem poderoso em palavras e obras


No dia 6 de fevereiro comemora-se o dia do homem presbiteriano. Por isso, queremos evocar a figura de um homem que foi poderoso em palavras e obras. Ele pode ser nosso exemplo, pois viveu irrepreensivelmente e morreu vitoriosamente. Esse homem é Estêvão. Podemos aprender acerca dele em Atos 6 e 7. Destacamos três verdades sublimes acerca desse diácono pregador, desse homem que viveu de forma maiúscula e deixou para nós um desafiador legado. Quem foi Estêvão?

1. Um homem de vida irrepreensível - A palavra que melhor descreve a vida de Estevão é plenitude. Ele foi um homem cheio de fé e do Espírito Santo (At 6.5). Ele foi um homem cheio de graça e poder (At 6.8). Ele foi um homem cheio da Palavra (At 7.2-53) e cheio de perdão (At 7.60). Hoje vemos homens cheios de conhecimento, cheios de bens, cheios de diplomas e cheios de compromissos, mas poucos homens vivem na plenitude do Espírito. Poucos conhecem o que significa ser cheios de fé. Escasseiam-se aqueles que são cheios de graça e poder. Há muitos que estão cheios de mágoas, mas poucos estão cheios de amor e perdão. A vida de Estêvão constitui-se para nós não apenas um exemplo, mas também um desafio. Precisamos de homens que sejam santos em seu proceder. Que sejam sólidos na Palavra, mas ao mesmo tempo tenham corações quebrantados, a ponto de perdoarem até mesmo os seus algozes.

2. Um homem de palavras irresistíveis - Um homem cheio de fé e do Espírito, cheio de graça e poder pode enfrentar os mais hostis inimigos e as mais duras perseguições. Estêvão foi atacado não pelos pagãos, mas pelos religiosos do seu tempo (At 6.9). Esses inimigos de plantão discutiam com Estêvão, mas não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que ele falava (At 6.10). A sabedoria com que Estêvão falava, não estava em seu refinado conhecimento intelectual nem mesmo em sua eloqüência, mas no apurado conhecimento bíblico, proclamado no poder do Espírito Santo. O sermão de Estêvão registrado no capítulo 7 de Atos é o sermão com o maior número de citações bíblicas registrado na Bíblia. Estêvão não era um escriba, um teólogo. Diríamos hoje que ele era um leigo. Mas suas palavras eram irresistíveis, porque estavam fundamentadas nas Escrituras. Precisamos de homens cheios do Espírito e cheios da Palavra. Precisamos de homens que tenham coragem de pregar a Palavra ainda que isto custe-lhe a própria vida.

3. Um homem de obras inegáveis - Estêvão conjugava em sua vida palavras e obras, doutrina e piedade, conhecimento e poder. Suas palavras não eram vazias. Seu discurso não era teórico. Diz a Escritura: “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6.8). Suas obras referendavam suas palavras. Sua vida era o fundamento do seu ministério. Os prodígios e grandes sinais que Estêvão realizava entre o povo não eram, entretanto, a expressão de um poder inerente que possuía. O poder pertence a Deus. É Deus quem tem o poder. É Deus quem realiza os prodígios e grandes sinais por meio de seus servos. Estêvão não era a fonte do poder de Deus, mas seu canal. Hoje, precisamos também de homens que tenham obras dignas de Deus. Homens que sejam instrumentos nas mãos de Deus para realizarem a obra de Deus, na dependência de Deus, para a glória de Deus. Estevão foi um homem cheio do Espírito na vida e também na hora da morte. Ele morreu como viveu. Seu exemplo transcende os séculos e desafia-nos ainda hoje a vivermos do modo digno de Deus.
Que os homens presbiterianos, à semelhança de Estêvão, tenham vida irrepreensível, palavras irresistíveis e obras inegáveis.




Rev Hernandes Dias Lopes


Timóteo, um Líder Digno de ser Imitado

Timóteo foi um dos líderes mais destacado da igreja primitiva. Não que fosse forte em todas as áreas. Ele era jovem, tímido e doente, mas foi cooperador de Paulo e o continuador de sua obra. A esse jovem líder, o apóstolo Paulo escreveu duas de suas espístolas. Sua mãe era judia e seu pai grego (At 6.1). Timóteo tinha bom testemunho em sua cidade e também fora de seu domicilio (At 16.2). Timóteo foi educado à luz das Escrituras desde sua infância (2Tm 3. 14,15). Tanto sua avó Loide, como sua mãe Eunice eram mulheres comprometidas com Deus e com elas Timóteo aprendeu a ter fé sem fingimento desde a sua juventude (2 Tm 1.5).
Em Filipenses capítulo 2. 19 a 24, o apóstolo Paulo nos fala de algumas características desse importante líder espiritual.
Vejamos quais são essas marcas:

1. Timóteo, um líder que cuida dos interesses do povo. O líder é um sevo. Ele não visa seus próprios interesses, mas cuida dos interesses do povo de Deus. Timóteo não cuidava dos interesses do povo para alcançar com isso algum favor pessoal. Ele não usava as pessoas. Sua relação com as pessoas não era utilitarista. O apóstolo Paulo diz: “Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide dos vossos interesses” (Fp 2.20). Jesus foi o maior de todos os líderes e ele disse que não veio para ser servido, mas para servir. Quando seus discípulos disputavam entre si quem era o maior dentre eles, Jesus tomou a bacia e a toalha e lavou os pés dos dicípulos. Liderança cristã é influência por meio do serviço abnegado.

2. Timóteo, um líder de caráter provado. Timóteo era um homem de Deus. Sua vida estava centrada em Cristo. Ele era comprometido com as Escrituras, fiel a Cristo Jesus e dedicado à igreja. Timóteo não buscava glória para si mesmo. Ele não construía monumentos ao seu próprio nome. Ele buscava na igreja os interesses de Cristo. Paulo denuncia o fato de existirem na igreja homens que buscavam interesses próprios, porém Timóteo, diferente desses, buscava os interesses de Cristo. Leiamos o registro do apóstolo: “…pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus” (Fp 2.21).

3. Timóteo, um líder de caráter provado.Timóteo tinha zelo pela sua vida e também da doutrina. Ele era um homem consistente na teologia e na conduta. Seu caráter era provado.O apóstolo escreve: “E conheceis o seu caráter provado…” (Fp 2.22). Timóteo era um homem irrepreensível, que tinha bom testemunho dentro e fora da igreja. A vida do líder é a vida da sua liderança. Liderança não é apenas performace, mas sobre tudo, integridade. John Maxwell definiu liderança como influência. Um líder influencia sempre: para o bem ou para o mal. A liderança jamais é neutra. Um líder é bênção ou maldição. Timóteo era uma bênção, pois sua vida referendava seu ensino.

4. Timóteo, um líder consagrado à causa do evangelho. Timóteo não era um líder subserviente a homens. Ele servia ao evangelho. Paulo escreve: “…pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai” (Fp 2.22). Ele era servo de Deus, dedicado ao serviço do evangelho. Quem serve a Deus não se submete aos caprichos dos homens. Quem serve a Deus não depende de elogios nem teme as criticas. Quem serve a Deus não anda atrás de holofotes. Servir a Deus é servir ao evangelho, é colocar a vida a serviço do reino de Deus na proclamação e ensino do evangelho.
Estamos nos preparando para uma importante eleição de oficiais em nossa igreja. Que olhemos para o testemunho de Timóteo e busquemos em Deus a direção para a escolha da nossa liderança espiritual.




Rev. Hernandes Dias Lopes

Quando o fracasso não tem a última palavra

Há pessoas que começam bem, mas terminam mal. Elas têm um brilhante começo, mas um fim trágico. Assim foi a história de Demas. Ele é citado apenas três vezes no Novo Testamento. A primeira vez que Demas aparece, ele é apresentado como um cooperador de Paulo (Fm 24). Da segunda vez, nada se acrescenta a seu respeito; apenas seu nome é mencionado (Cl 4.14). Da última vez, porém, nos é dito que ele abandonou Paulo (2Tm 4.10).
Há muitas pessoas cuja vida é uma descida ladeira a baixo. Há muitos indivíduos que em vez de caminhar para frente, recuam; em vez de subir, descem; em vez de crescerem no conhecimento e na graça de Deus, retrocedem na fé.
Mas, graças a Deus, muitos também fazem o caminho inverso. Esses caminham para a frente. Esses aprendem com os fracassos e se levantam na força do onipotente para prosseguirem firmes e resolutos nas veredas da justiça. Citamos, aqui, o exemplo do jovem João Marcos. Quem foi esse jovem?
Em primeiro lugar, João Marcos foi um cooperador(At 13.5). João Marcos era um jovem humilde e prestativo. Ele foi auxiliar de Barnabé e Paulo (At 13.5). Nesse tempo, João Marcos era ainda muito jovem e inexperiente, mas sentiu o desejo de acompanhar os dois missionários rumo à região da Galácia. Seu propósito era servir aos dois missionários separados por Deus para tão sublime tarefa. Nesse tempo João Marcos era um jovem idealista e corajoso. Dispôs-se a deixar o conforto da sua casa em Jerusalém (At 12.12), para enfrentar as agruras de uma viagem missionária por regiões inóspitas e perigosas.
Em segundo lugar, João Marcos foi um desertor(At 13.13). Não sabemos os motivos, mas no meio do caminho, João Marcos desistiu da viagem, apartou-se de Paulo e Barnabé e voltou para sua casa em Jerusalém. Faltou-lhe coragem e maturidade para prosseguir. Faltou-lhe perseverança para não retroceder. Faltou-lhe forças para continuar servindo aos dois missionários da igreja. Aquele foi um capítulo sombrio na vida desse jovem. Ele foi um desertor. Ele capitou-se diante das dificuldades. Ele não teve coragem de seguir adiante.
Em terceiro lugar, João Marcos foi um missionário (At 15.36-39). Era tempo de voltar à segunda viagem missionária. Barnabé, porém, queria levar consigo a João Marcos (At 15.37). Paulo, porém se recusou terminantemente dar uma segunda chance ao jovem desertor. Barnabé contendeu com Paulo, mas não desistiu de João Marcos (At 15.38,39). Levou-o consigo para Chipre e fez dele um missionário. João Marcos tornou-se um homem valoroso nas mãos de Deus. Além de Barnabé, o apóstolo Pedro também investiu na vida de João Marcos, a ponto de chamá-lo de filho (1Pe 5.13). Esse jovem mais tarde tornou-se o escritor do primeiro evangelho a ser escrito, o evangelho segundo Marcos, destacando nessa obra preciosa as gloriosas obras de Cristo, apresentando-o como servo perfeito.
Em quarto lugar, João Marcos foi um homem útil (2Tm 4.11). Paulo estava preso numa masmorra romana. A hora do seu martírio havia chegado. Do interior desse cárcere insalubre e frio Paulo escreve a seu filho Timóteo, rogando que ele fosse rápido vê-lo em Roma. Chama-nos atenção, uma recomendação do apóstolo a Timóteo: “Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério” (2Tm 4.11). O jovem rejeitado por Paulo, é agora prezado por ele. Aquele que um dia desertou e foi rejeitado, é agora desejado. Paulo muda de opinião acerca de João Marcos e deseja tê-lo ao seu lado antes de morrer. João Marcos fraquejou um dia na vida, mas se levantou. Ele nos prova que é possível recomeçar, quando colocamos nossa vida nas mãos de Deus.

Rev Hernandes Dias Lopes

O Túmulo Vazio de Cristo, o Berço da Igreja


A ressurreição de Cristo é o seu grito de triunfo sobre a morte. É a prova cabal de que sua morte foi eficaz, de que seu sacrifício vicário foi perfeito e de que a porta da esperança está aberta para nós. Não adoramos o Cristo preso na cruz nem o Cristo vencido pela morte. Jesus ressuscitou. Ele está à destra de Deus, de onde voltará com grande poder e glória. Vamos abordar essa magna doutrina da ressurreição sob três perspectivas:

1. A ressurreição de Cristo é um fato inegável (1Co 15.1-8) - Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou segundo as Escrituras. Sua morte e ressurreição não foram um acidente, mas uma agenda. Ele não morreu como um mártir, o Pai o entregou e ele voluntariamente se deu. Sua morte foi pública e sua ressurreição confirmada por várias testemunhas. Nossa fé não está fundamentada num mito. O alicerce da nossa esperança não está numa lenda. Os céticos tentam desesperadamente negar essa verdade incontroversa. Alguns dizem que Jesus não chegou a morrer, mas apenas teve um desmaio na cruz. Outros dizem que os discípulos roubaram o corpo de Cristo. Ainda outros dizem que as mulheres foram ao túmulo errado e divulgaram a notícia de que sua sepultura estava aberta. As trevas do engano, entretanto, não podem prevalecer contra a luz da verdade. Jesus está vivo. A realidade de sua ressurreição mudou a vida daqueles discípulos pusilânimes. Dominados pela convicção da vitória de Cristo sobre a morte, eles tornaram-se homens ousados e enfrentaram com galhardia os açoites, as prisões e o martírio.

2. A ressurreição de Cristo é um fato indispensável (1Co 15.12-20a) – O apóstolo coloca o machado da verdade na raiz do falso pensamento grego acerca da ressurreição. Pelo fato de eles considerarem a matéria má e o corpo como cárcere da alma, não aceitavam a ressurreição do corpo. Paulo argumenta que se não há ressurreição do corpo, então Cristo não ressuscitou, e se Cristo não ressuscitou é vã nossa pregação e a nossa fé. Se Cristo não ressuscitou somos falsas testemunhas de Deus. Se Cristo não ressuscitou ainda permanecemos nos nossos pecados. Se Cristo não ressuscitou os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos. A ressurreição de Cristo é a pedra de esquina que mantém o edifício do cristianismo de pé. O túmulo vazio de Cristo é o berço da igreja. Porque Cristo ressuscitou, a morte não tem a última palavra. Porque Cristo ressuscitou o túmulo gelado não é nosso destino. Caminhamos não para um ocaso lúgubre, mas para uma manhã radiosa de imortalidade e gozo eterno.

3. A ressurreição de Cristo é um fato incomparável (1Co 15.20b-28) - Cristo levantou-se da morte como primícias dos que dormem. Ele abriu o caminho e após ele seguiremos. Como morremos em Adão, seremos vivificados em Cristo. Quando ele vier em sua majestade e glória, os mortos ouvirão dos túmulos a sua voz e sairão, uns para a ressurreição da vida e outros para a ressurreição do juízo. Ao vencer a morte, ele tirou o aguilhão da morte e matou a morte com sua morte, triunfando sobre ela na ressurreição. Sua ressurreição é a garantia da nossa ressurreição. À semelhança dele teremos, também, um corpo de glória. Nosso corpo será imortal, incorruptível, poderoso, glorioso, espiritual e celestial. Vamos brilhar como as estrelas no firmamento e como o sol no seu fulgor. Caminhamos, portanto, não para um horizonte pardacento, mas para um céu de glória, onde estaremos com Cristo eternamente e com ele reinaremos para sempre!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011


- Alguma pessoa normal chegaria em frente ao mar e diria:
ABRE-TE!?

- Alguma pessoa normal olharia para cima e gritaria para o sol:
PARE!?

- Alguma pessoa normal diria para um morto há 3 dias:
LEVANTA-TE E ANDA!?

- Alguma pessoa normal bateria com o cajado numa pedra para tirar água?

- Alguma pessoa normal mandaria o mar e o vento ficarem quietos?

-Alguma pessoa normal ficaria quietinha, sentada dentro de uma
jaula com leões famintos?

- Alguma pessoa normal ficaria rodando em volta de uma cidade
durante 7 dias, cantando, até as muralhas da cidade caírem?

Hum...eu acho que não! Parece brincadeira, mas hoje eu estava pensando sobre isso, e resolvi que também vou ser "louco"!

Sabe o que é isso?

Uma coisa chamada FÉ!

Quando a gente tem FÉ, olha e vê o invisível! E nem se importa com o que os outros vão falar ou pensar. Deus é que precisa ver!






Dr. Russell Shedd


Terminemos o que Cristo começou!

O desafio de que mais de dois bilhões de homens estão sem nenhuma possibilidade de conhecer a Cristo, pesa tremendamente sobre a Igreja. O mandato que Jesus nosso Senhor e Rei nos deu aguarda um compromisso mais profundo e abrangente da parte dos evangélicos do nosso país. Um folheto que Hudson Taylor escreveu fez arder o coração de Fraser, um missionário nas regiões remotas da China. Tinha as seguintes palavras: "Um mandato foi dado: 'Ide por todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura'". Isto não tem sido obedecido. Mais do que a metade das pessoas do mundo ainda não ouviu o Evangelho. O que dizemos sobre isto? Certamente é uma consideração que pertence a nós cristãos, pois somos os responsáveis, e mais ninguém. Os anjos não são responsáveis, porque Deus não lhes falou para pregarem o Evangelho aos perdidos. Nem Deus espera que as pessoas não convertidas levem as Suas Boas Novas a eles. Ele espera que os Seus discípulos o façam... O que poderíamos dizer se nosso mestre voltasse hoje e descobrisse que, depois de 19 séculos, mais do que a metade do mundo continua totalmente sem o Evangelho? "O Evangelho a toda criatura" - uma ordem clara. "Milhões nunca O ouviram" - um fato simples. O que vamos dizer? Eu, por mim, estou totalmente sem noção do que poderíamos dizer. Depois de cogitar sobre esta questão, tentando buscar em todas as direções uma desculpa razoável, sou obrigado a desistir... De uma coisa, porém, estou certo - que a maioria das desculpas que costumamos dar agora, com tão boa consciência, vão nos envergonhar naquele dia. Que não percebemos a importância de que nossos semelhantes, tão facilmente alcançáveis e em perfeitas condições de entenderem a mensagem do amor redentor de Deus - e com tão grande necessidade de ouvi-la - estão ainda abandonados a perecer, aos milhões. Quando os discípulos perguntaram, "Senhor, será este o tempo em que restaures o reino de Israel?" (At 1.6), eles queriam que Jesus os encorajasse comunicando a breve inauguração do reino messiânico. Creio que os discípulos de Cristo imaginavam uma nação cristã universal, utópica, semelhante àquela que Jesus apresentou no Sermão da Montanha. Os comunistas também pensam numa utopia mundial, em que através do controle do pensamento, da economia, da produção e da justa distribuição de tudo, eliminem toda a injustiça no mundo. Assim, os companheiros de Jesus previam bênçãos incessantes para toda a humanidade, por intermédio do Reino, sob o controle de Israel, encabeçado por Jesus e Seus seguidores. Nenhum de nós duvida que o Reino de Deus, com sua perfeita justiça, será gloriosamente, superior aos reinos deste mundo, todos submissos ao espírito da potestade do ar, que atua nos filhos da desobediência (Ef 2.2): "Todo o mundo jaz no maligno", escreveu João na sua primeira carta (1Jo 5.19). Não é um quadro que inspira otimismo! Jesus responde com uma advertência: "Não cabe a vocês saber a ocasião, ou o dia, que o Pai marcou pela sua própria autoridade" (v. 7). Mas, o que Jesus queria dizer com isto? Parece-me que os discípulos pensavam da mesma maneira que muitos judeus da época. Pensavam que Deus interviria direta e esmagadoramente, e que destruiria totalmente o poder pagão. Israel ficaria no cume do poder. Não foi esse o quadro que Daniel previu no seu sétimo capítulo? Quatro animais prefigurando os sucessivos impérios pagãos, poderosos e cruéis, dominariam a Israel, mas, finalmente, Deus interviria para os aniquilar. Disse o profeta Daniel: "... os santos do Altíssimo receberão o reino, e o possuirão para todo o sempre" (v. 18 e v. 22). Era natural pensar que a intervenção de Deus, quando levantou Jesus dentre os mortos, seria o primeiro passo do estabelecimento do reino universal, tal qual Daniel tinha previsto. Por isso os discípulos acharam que estavam vivendo precisamente o momento em que Deus destruiria o "quarto animal" de Daniel, que eles certamente identificavam com o Império Romano. Removido o poder de Roma, Deus estabeleceria sua capital em Jerusalém, e entronizaria aí Seu imperador, Jesus Cristo, o Senhor de todos. Jesus não negou este quadro apocalíptico, tão familiar aos judeus do primeiro século, como também é o caso daqueles que hoje lêem livros como "Agonia do Planeta Terra" e "Apocalipse já!". Ele simplesmente disse: "Não vos compete conhecer os tempos!". Os discípulos queriam saber, como nós muitas vezes queremos, "quando virá o fim" (Mt 24.3). Mas Deus Pai não abre mão dessa informação. Não é para tentarmos calcular quando o Reino glorioso de Cristo será estabelecido na terra! Através dos séculos, desde os acontecimentos do livro de Atos, muitos cristãos têm esperado ansiosamente a volta de Cristo. Muitos venderam suas propriedades, na esperança de que o Reino fosse começar em certa data. As testemunhas de Jeová dizem que Cristo já voltou em 1914, apesar de não terem nenhuma evidência convincente. Hoje em dia ainda há pessoas que interpretam os eventos contemporâneos como o cumprimento de profecias bíblicas. Mas Jesus deixou muito claro nestes versículos, que em vez de se preocuparem com os tempos e as épocas, Seus discípulos deveriam se comprometer com a missão. A igreja do Brasil, milhares de vezes maior do que o grupo dos onze, também precisa levar a sério a missão que Jesus deu aos discípulos, depois de Sua morte. Não devemos perguntar quando Jesus estabelecerá o Seu Reino. Devemos planejar como cumpriremos a missão que antecederá Sua vinda e o estabelecimento deste Reino de justiça. A missão e a promessa "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo" (v. 8 )"... não muito depois destes dias" (v. 5). Em vez de receber o domínio e autoridade que o Reino lhes outorgaria, os discípulos deveriam se tornar portadores do poder do Espírito de Deus. A vinda do Espírito sobre eles significaria o cumprimento da promessa do Pai. Este acontecimento seria tão claro e significante para o mundo, como a promessa de que daria o Reino a Israel. Diante dessa arma secreta, o reino de Satanás ficaria vulnerável frente ao mais simples e incompetente pescador transformado em evangelista. A missão divina requer poder divino, e não domínio humano e político. O Espírito concede poder, não para que a intervenção de Deus se manifeste nos centros políticos do poder, mas em corações humanos. Seria para os discípulos a concessão das primícias de todas as bênçãos do Reino; isto os transformaria em homens que, como Jesus, manifestariam o Reino de Deus aqui na Terra, pela submissão total à vontade do Rei. O derramamento do Espírito e o recebimento de poder não tinham como finalidade exaltar os discípulos, nem torná-los famosos. Pelo contrário, foi para torná-los em "testemunhas" de Cristo. A promessa também aponta para o fim, o escaton, que tanto atraía e incentivava os cristãos primitivos. Sendo que a missão começou em Jerusalém e irá até os confins da Terra, completar-se-á nas bandas mais distantes. Jesus não disse "os confins do universo". O globo terrestre coloca os limites da responsabilidade da evangelização. Para cumprir tão ousada missão, Ele mesmo estaria com eles até o fim do século (Mt 28.20). Tanto "os confins da terra" e o "fim do século" coincidem na evangelização. Os apóstolos, incluindo Paulo, não conheciam as dimensões deste planeta. Seguramente não pensavam que a tarefa fosse demorar mais do que uma só geração para se completar. Não tinham nenhuma idéia de quantas línguas teriam que ser aprendidas para evangelizar todas as nações. Paulo deixa bem claro que ele pessoalmente esperava estar vivo quando Jesus voltasse (1Ts 4 e 1Co 15). Agora, umas 60 gerações depois, ainda não se deu por encerrada a missão que o Senhor deu para sua Igreja. A mobilização e envio de mais dos atuais 50.000 missionários protestantes, talvez prometa que nesta geração cheguemos aos confins da terra. Missionários, como os meus pais, sentiram este mesmo desafio. Saíram com o firme propósito de conquistar o mundo para Cristo, mas não chegaram até os confins da Terra. Não alcançaram a todas as tribos, línguas e nações (Ap 5.9). Agora, com o auxílio dos missionários dos países recentemente evangelizados, poderemos cumprir a missão da Igreja? Esta geração corresponderá ao desafio que o Senhor nos deu? Na promessa do Espírito, não nos deparamos apenas com a possibilidade de cumprir a missão com Seu poder, mas também devemos reconhecer a estratégia indicada por Deus (At 1.8 ). Quando Jesus falava com os discípulos, estavam, todos, no Monte das Oliveiras, onde ocorreu a ascensão. Jerusalém situava-se a apenas uns 1000 metros dos seus pés. Deveriam começar ali. Uma vez firmado o fundamento da Igreja naquela cidade, deveriam plantar a boa semente nos campos da Judéia, Samaria e Galiléia, todos preparados pelo ministério de Jesus durante os três primeiros anos de pregação do Reino. Em seguida, deveriam expandir o círculo cada vez mais, até que alcançassem os povos mais distantes. Foi justamente a realização desta estratégia que Lucas quis demonstrar em Atos, historiando o movimento cristão desde suas origens em Jerusalém, até Roma, onde os povos das mais distantes terras então conhecidas, se encontravam. Com o poder do Espírito e esta estratégia dada pelo Senhor, a única razão para o não cumprimento da missão será a desobediência dos discípulos. Paulo e os onze fizeram sua parte. Antes do fim do primeiro século, as boas novas da salvação foram divulgadas em boa parte do Império Romano. Conclusão Completar a missão que Jesus deu para Seus discípulos dependia do compromisso de fé, deles e nosso. Seguros que a realidade da presença do Espírito estava com eles, milagres, como a tremenda ceifa do dia de Pentecoste, não lhes surpreenderam. Hoje, quem recebeu a Jesus Cristo também tem o Seu Espírito (Rm 8.9). Quem recebeu Seu Espírito, também pode contar com Seu poder divino para cumprir sua responsabilidade na missão da Igreja. Só a Igreja habilitada e dirigida pelo Espírito, levará a cabo esta missão que Jesus Cristo destinou a seus discípulos. Uma vez completada a missão, podemos esperar com confiança o estabelecimento do Reino em poder. Foi Cristo quem alertou aos primeiros missionários... "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo para testemunho a todas as nações. Então virá o fim" (Mt 24.14). Quando oramos "venha o teu reino", na realidade estamos pedindo que Deus faça da Sua Igreja uma testemunha poderosa, irrestrita em ousadia e na geografia. Estamos, como Tiago e João, dispostos a pagar o preço, e a pôr de lado os interesses egoístas que nos prendem? Supliquemos que Deus renove nosso compromisso com a gloriosa missão de anunciar as boas novas a todos aqueles que nunca as ouviram.
Postado por Sal, Luz e Ovelhas entre Lobos às 09:09 0 comentários
Marcadores: Dr. Russell Shedd
QUINTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2009
Palavra de Russel Shedd
Por Russell Shedd

Sistemas econômicos, sociais e religiosos, caracterizados pela desumanidade, confirmam o ensino bíblico de que o mundo faz parte do espólio do diabo, que luta fortemente para manter cativo o que ele conquistou na queda (Matheus 12:29). Sistemas econômicos, políticos e judiciários, relações raciais e internacionais revelam a infiltração do “joio” semeado pelo inimigo de Deus no mundo (Matheus 13:28). No meio da criação, cresce indiscriminadamente tudo o que se opõe à intenção divina. Ainda que todos nós estejamos envolvidos no pecado corporativo do mundo e, sem querer, sejamos participantes das investidas do “senhor” deste século contra Deus, como cristãos, temos a responsabilidade de confessar nossa culpa conforme as palavras do professor Richard Lovelace. Foi assim que Neemias (09:16-37) e Daniel (09:03-19) lutaram, reconhecendo a participação dos justos no sistema apodrecido da nação. É somente pela morte que podemos nos livrar da malha humana da qual fazemos parte. Como os soldados romanos que crucificaram o Senhor da Glória, mas não sabiam o que faziam, contribuímos, queiramos ou não, para os propósitos do inimigo. Mesmo assim, o clarim de Deus nos convida: “Retirai-vos dela (a Babilônia que corrompe as nações), povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados...”(Apocalipse 18:04). A advertência bíblica contra qualquer jugo desigual com os incrédulos, para evitar a contaminação do povo de Deus (II Corinthians 06:14-18; Levítico 26:12; Jeremias 32:38; Ezequiel 37:27; Isaías 52:11), deve nos alertar contra uma despreocupação com o mundanismo do qual parece impossível escapar.
A confissão e a separação das trevas devem ser acompanhadas de um ministério profético. Pela denúncia da injustiça e pelo modelo amoroso da igreja, que obedece à verdade e demonstra o amor fraternal, ágape, de coração ardente (I Pedro 01:22), será possível levantar uma barricada contra as forças aliadas do mal. Mais do que nunca, os cristãos precisam acordar, levantando-se dentre os mortos para buscar a iluminação de Cristo (Efésios 05:14). No crepúsculo vespertino da história, urge que a igreja nacional e internacional reconheça os dias desafiantes que enfrentamos. Quebremos os laços invisíveis do mundo que nos algema. Levantemos um clamor até o céu com petições incessantes ao Senhor, para que Ele abra os olhos do coração do seu povo (Efésios 01:18), fazendo-o distinguir as ciladas do diabo e renovar uma luta eficaz contra a carne. Somente uma mobilização intensa e geral nos garantirá a vitória. Precisamos reconhecer o perigo da mente secularizada, a mente que sufoca e abafa qualquer concessão aos princípios cristãos. O avanço do secularismo mundano e o rápido esvanecimento dos traços cristãos na sociedade devem forçar a Igreja a ser mais conscientemente cristã. É urgente aumentar o compromisso cristão no nível social e intelectual. Acima de tudo, precisamos articular e propagar o evangelho como a única alternativa para estes dias que se assemelham àqueles, “anteriores ao dilúvio”(Matheus 24:38). Se não cremos que vale a pena resistir ao diabo, desvendar as falsas atrações do mundo e mortificar a carne, só nos resta aguardar o suicídio espiritual do “povo” de Deus. É hora de encerrar estas linhas. Multiplicar palavras não aumenta necessariamente a força do compromisso de guerrear contra os inimigos de Deus. Mas a maior preocupação persiste: até onde nós, evangélicos, estamos engajados na luta? Que incentivo divino ou humano seria capaz de mobilizar os santos brasileiros para que gastem cinco minutos a mais em oração, batalhando contra o mundo, mortificando a carne e resistindo ao diabo? Que motivação de qualquer procedência nos convenceria de que “perseguir a santificação” é imprescindível, mil vezes mais importante do que levantar um templo novo, amplo e belo? Estruturas eclesiásticas, domínio político, poderio econômico, prédios faraônicos, organização mundial, tudo foi conquistado pela Igreja há mil anos. Mas todo esse sucesso eclesiástico não protegeu o povo de Deus das incursões do secularismo (Tito 02:12). Através dos séculos, avanços obtidos no âmbito humano foram compensados por perdas espirituais. A história se repete, mas há escapatória: basta que a igreja identifique seus adversários e confiantemente coloque toda a armadura de Deus. O Senhor tem sido e será nosso refúgio de geração em geração (Salmo 90:01). Russel Shedd
Postado por Sal, Luz e Ovelhas entre Lobos às 09:53 1 comentários
Marcadores: Dr. Russell Shedd
QUINTA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2009
Reflexões sobre a Igreja
Por Dr. Russell Philip Shedd

Parece que a maioria dos evangélicos pensa que uma igreja grande exalta a Deus mais do que um grupo de igrejas pequenas... Os líderes evangélicos que compuseram o catecismo curto de Westminster corretamente afirmaram que a finalidade do homem é glorificar a Deus. Nossos alvos na edificação da igreja não devem fugir a este mesmo propósito. Parece que a maioria dos evangélicos pensa que uma igreja grande, com centenas ou milhares de membros, exalta a Deus mais do que um grupo de igrejas pequenas que congregam o mesmo número de crentes em garagens, salas e outros locais, apropriados ou não. Belos templos construídos como monumentos, ao bom gosto dos seus membros afluentes, são sinais de sucesso. Qual é o pastor que não aprecia o privilégio de liderar um povo bem organizado, dispondo de excelentes equipamentos, secretárias e um orçamento que facilita o pagamento de belos salários aos obreiros; de abrir novas congregações e poder sustentar missionários e obras sociais. Uma igreja grande tem muitas opções e liberdade para agir porque mobiliza muitas pessoas. Igrejas pequenas parecem insignificantes e restritas. Mas há cristãos que se sentem incomodados com o tipo da igreja que se assemelha a uma empresa bem organizada e eficiente. Alguns acham especialmente difícil responder à pergunta chave: como era a igreja do Novo Testamento em relação a de nosso ideal moderno? Evidentemente, os cristãos primitivos, não construíram suntuosos templos com bancos confortáveis para acomodar centenas de membros. Mesmo assim essas igrejas pequenas cresciam, persuadiam, treinavam informalmente seus membros. Podemos detectar várias motivos porque as igrejas primitivas cresceram, sem mencionar o poder indispensável do Espírito Santo (At 1.8 ):

PRIMEIRO
O primeiro elemento chave foi a naturalidade com que os primeiros adaptaram os lares para substituir a sinagoga como local predileto para os cultos. "Partiam pão de casa em casa " (At 2.46) pode ser uma referência às reuniões de fraternidade (ágape) junto com a Ceia do Senhor (l Co 11.17-34). Oscar Cullmann, renomado estudioso do Novo Testamento, pensa que toda reunião das igrejas primitivas celebravam a Ceia como parte do culto.

SEGUNDO
As reuniões permitiam muita informalidade. "Quando vos reunis, um tem salmo, outro doutrina, este traz revelação, aquele outro, língua, e ainda outro, interpretação. Seja tudo feito para edificação" (1Co 14.26). Participação como esta tem a vantagem de envolver os membros da igreja, o que dificilmente ocorre em igrejas grandes cheias de espectadores.

TERCEIRO
O convite para incrédulos entrar na casa para observar os procedimentos da reunião também tinha o seu lado positivo. Paulo recomendou aos membros, profetizar, para convencerem os não convertidos, manifestando os segredos dos seus corações. Isso deve trazer arrependimento e adoração (l Co 14.24,25). Nas reuniões pequenas do primeiro século se evangelizava ainda que este não fosse o propósito do culto. Integração, dentro da comunidade, foi algo fácil e natural. Dr. Michael Green considera a evangelização nas casas um dos métodos mais importantes dos primeiros séculos. As vantagens são óbvias, tais como, a facilidade da troca de idéias, não isolar o líder ou pregador, dos ouvintes, o convívio da hospitalidade na hora de comerem juntos, a atmosfera descontraída, a possibilidade de responder perguntas e a criação de pressão suave pela amizade (Evangelização na Igreja Primitiva, Ed. Vida Nova, 1984, p. 252). Nos lares, a conversão dos maridos, mulheres e crianças se torna mais natural (Paulo reconhece esse fato em l Co 7.14 em l Pe 3.1).

QUARTO
As reuniões de poucas pessoas facilitavam o desenvolvimento de comunhão (koinonia) mais estreita e íntima do que ajuntamentos de grandes números de pessoas. Todas as exortações mútuas, que os crentes primitivos foram encorajados a receber e praticar, mostram claramente que somente em grupos pequenos era possível cuidarem uns dos outros.

QUINTO
Somente em grupo reduzido pode se esperar uma preocupação mais genuína com os desviados e problemáticos. Como podia Paulo ter se preocupado entre o desentendimento entre Evódia e Síntique se a Igreja de Filipos tivesse mil membros? (cf. Fp 4.2). Só é possível saber o que realmente está acontecendo em toda a igreja quando o número de membros é pequeno.

SEXTO
A diversidade dos tipos de reuniões que se realizavam no período do Novo Testamento, mostram a eficiência na criação de vínculos de amizade e comunhão. No Novo Testamento encontramos reuniões de: oração (At. 12.12); de comunhão (21.7); de celebração da Ceia (2.46); de culto e ensino (20.7); evangelísticas (16.32); para ouvir e apresentar as Boas Novas (10.22); para responder perguntas (18.26); um ensino mais formal (5.42) e para debate (28.17,18 ). Paulo ao revelar que além de um ministério público, ele admoestava "a cada um com lágrimas", de casa em casa (At 20.20,31), mostra o equilíbrio entre a proclamação do evangelho, para os pagãos, e o discipulado individual e em pequenos grupos.

ALGUMAS IMPLICAÇÕES Parece que vantagens poderiam ser aproveitadas se as igrejas que idealizam templos grandes e organizações eficientes incorporassem nos seus planos, grupos menores, que refletem a natureza das igrejas do Novo Testamento. Não é uma maldição crescer numericamente até o ponto em que nem o pastor conhece pessoalmente todos os membros de sua igreja. Por outro lado, não pode ser vontade de Deus que os membros não tenham alguns irmãos que os conheçam bem. Somente assim pode-se cumprir a ordem bíblica, "... Exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado" (Hb 3.13). Em grupos menores torna-se possível orar participativamente. Os pedidos e respostas podem ser compartilhadas para o louvor do Senhor que o ouviu e respondeu. Em reuniões nos lares pode-se saber dos problemas mais profundos que os irmãos passam sem o constrangimento natural que há em reuniões numerosas na igreja. Em reuniões menores há necessariamente a participação maior de líderes em potencial. Podemos ter certeza que em igrejas que restringem sua vida comunitária aos templos grandes deixarão passar desapercebidos muitos irmãos que tem dons e talentos enterrados.

CONCLUSÃO A glória de Deus é a finalidade da igreja e todos os seus ministérios. Devemos continuar a dialogar e buscar nas páginas das Escrituras qual é a estrutura mais prática para alcançar os objetivos que a Palavra nos revela.

O autor é editor da Biblia Vida Nova e professor de Grego e Exegese na Faculdade Teológica Batista de São Paulo.