sexta-feira, 2 de setembro de 2011


John Papir

A oração como busca da glória de Deus.


Ouça mais uma vez as palavras de Jesus em João 14.13: "Tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho". Imagine que você está totalmente paralisado e não pode fazer nada por si mesmo, a não ser falar. E imagine que um amigo forte e confiável prometeu morar com você e fazer tudo o que você precisa fazer. Como você pode glorificar seu amigo se um estranho vem ver você? Você tentaria glorificar sua generosidade e força tentando sair da cama a carregando-o?
Não! Você diria: "Meu amigo, por favor, venha levantar-me, ponha um travesseiro nas minhas costas para que eu possa olhar para o meu visitante. E, por favor, ponha os óculos em mim". Desse modo, seu visitante concluiria a partir de seus pedidos que você está impossibilitado e que seu amigo é forte e gentil. Você glorifica seu amigo precisando dele, pedindo-lhe que o ajude e dependendo dele.
Em João 15.5, Jesus diz: "Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer". Portanto, somos realmente paralíticos. Sem Cristo não somos capazes de nada bom. Como Paulo diz em Romanos 7.18: "Em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum".
Mas, de acordo com João 15.5, Deus quer que façamos algo bom - dar fruto. Assim, como nosso amigo forte e confiável —"Tenho-vos chamado amigos" (Jo 15.15)— ele promete fazer por nós o que não podemos fazer pessoalmente.
Como, então, podemos glorificá-lo? Jesus dá a resposta em João 15.7: "Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito". Nós oramos! Pedimos a Deus que faça por nós por intermédio de Cristo o que não podemos fazer por nós mesmos - dar fruto. O versículo 8 apresenta o resultado: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto". E como Deus é glorificado pela oração?
A oração é a admissão pública de que sem Cristo não podemos fazer nada. Orar é desviar-se de si mesmo para Deus, na confiança de que ele providenciará a ajuda de que precisamos. A oração nos humilha, como necessitados, e exalta Deus, como rico.


Rev Hernandes Dias Lopes

Vivendo dentro do orçamento


Não é fácil lidar com o dinheiro, principalmente quando o dinheiro é pouco e os gastos são muitos. A pressão da sociedade consumista e o apelo do visual que se renova a cada dia para atrair a atenção dos compradores, geram nas pessoas necessidades e até mesmo uma compulsão por coisas supérfluas e não essenciais. Daí muitas pessoas ficarem insatisfeitas e até frustradas por não conseguirem acompanhar essa ciranda louca do mundo comercial.
O cristão precisa ter alguns princípios elementares que devem reger a sua vida:

1. Deve aprender a viver contente em toda e qualquer situação – Nosso contentamento deve estar em Deus e não nas coisas materiais. O dinheiro e as coisas que ele pode nos dar não nos satisfazem. Tendo o que comer e vestir, diz Paulo, com isto devemos estar contentes.

2. Deve viver dentro do seu orçamento – O cristão deve envidar todos os esforços para não gastar mais do que ganha. Ele precisa ser criterioso no seu orçamento. Não podemos começar um projeto sem antes calcular o seu custo. Não podemos viver num padrão acima das nossas possibilidades. O mundo moderno tenta nos levar a comprar o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar as pessoas que não conhecemos.

3. Não contrair dívidas – Paulo diz: “A ninguém fiqueis devendo nada, exceto o amor…”. Devemos ser muito cuidadosos para não nos envolvermos com dívidas, pois contraí-las sem saldá-las integralmente, no tempo devido, é comprometer o nosso nome, bem como a honra do Evangelho, além de causar transtornos para quem nos socorreu na hora da aflição. Especialmente num mercado financeiro, onde os juros são abusivos, nosso cuidado deve ser redobrado para não cairmos na rede de compromissos financeiros impagáveis. O melhor é evitar comprar a prazo e ter o máximo de critério para não exceder no uso dos cartões de crédito.

4. Fazer um cuidadoso exame em nossa escala de valores – É bem provável que muitas pessoas já embutiram em seus orçamentos coisas absolutamente dispensáveis e desnecessárias. Precisamos ter um estilo de vida mais simples, mais modesto. Muitas vezes gastamos muito em nossos próprios deleites, enquanto investimos tão pouco nas causas nobres do Reino de Deus. Às vezes, chegamos ao ponto de contrairmos dívidas, que vão se tornando uma bola de neve, para mantermos certos itens no nosso orçamento, que bem poderiam ser cortados, sem nenhum prejuízo para nós.

5. Dar a Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus – Como cristãos temos deveres para com o Estado e para com Deus. Não podemos sonegar o que lhes é devido. A Bíblia diz que reter mais do que é justo é pura perda. A fidelidade abre sobre nós as janelas do céu, pois a bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto.
Oro a Deus para que sejamos um povo fiel no pouco e no muito. A grandeza de uma pessoa não está no ter, mas no ser. O bom nome vale mais do que as riquezas. Que Deus nos ajude a administrar com sabedoria os recursos que Ele colocou em nossas mãos.



Rev. Hernandes Dias Lopes.

Princípios para uma vida abençoada


Jesus, o mestre por excelência, no sermão do monte, deixou claro que a verdadeira felicidade não é resultado da observância de regras religiosas engendradas pelo homem, mas uma transformação profunda do caráter operada por Deus. Em Mateus 5.1-16 Jesus expõe os princípios para uma vida abençoada:

1. Ter uma atitude correta em relação a nós mesmos – v. 3 – Ser pobre de espírito é ser humilde, é ter uma correta auto-estima (Rm 12.3), é ser honesto consigo mesmo. É conhecer-se a si mesmo e aceitar-se a si mesmo. Feliz é aquele que não busca ser maior do que os outros, que não vive buscando aplausos para si mesmo.

2. Ter uma atitude correta em relação ao pecado – v. 4 – Ser feliz é chorar pelo pecado, é sentir tristeza por entristecer a Deus. Encobrir o pecado é afastar-se do caminho da felicidade. Chorar pelo pecado é reconhecer sua hediondez, sua malignidade e fugir dele com todas as forças da alma.

3. Ter uma atitude correta em relação a Deus – v. 5,6,8 – Feliz é aquele que entregou seus direitos a Deus. Manso é aquele que não briga por seus direitos, que não luta para conduzir o seu próprio destino, mas aceita com alegria a direção de Deus. Feliz é aquele que tem fome e sede de justiça. Ele não luta por benefícios pessoais, mas por princípios absolutos que emanam da Palavra de Deus. Também, a felicidade é resultado da pureza de coração. Ser feliz é ter um coração puro, é abastecer os pensamentos, os olhos, os ouvidos, a alma com as coisas que procedem do Espírito de Deus.

4. Ter uma atitude correta em relação ao próximo – v. 7,9 – Jesus disse que feliz não é aquele que acumula e ajunta só para si, mas o que exerce misericórdia. Feliz é o que se torna instrumento da mesma misericórdia da qual foi alvo. A felicidade está no dar, no repartir, no distribuir com prodigalidade. Mas, Jesus disse também que feliz é o pacificador. Feliz é aquele que em vez de cavar abismos nos relacionamentos, torna-se um construtor de pontes. Feliz é aquele que aproxima as pessoas, que leva a reconciliação, que tem uma palavra de paz e que instrumentaliza a aproximação daqueles que viviam separados pelos muros da indiferença, do ódio ou do preconceito.

5. Ter uma atitude correta em relação ao mundo – v. 10-16 – Nossa sociedade não é amiga de Deus, nem do povo de Deus. Assim como o mundo rejeitou a Cristo, ele também nos rejeita. Qual deve ser a nossa atitude ao sermos odiados e perseguidos pelo mundo? Devemos nos alegrar! Nossa alegria é ultracircunstancial. O mundo não pode dá-la nem tirá-la. Mas, a nossa posição no mundo não pode ser apenas passiva. Somos chamados para exercer uma poderosa influência transformadora. Como o sal, devemos inibir o mal; como luz, devemos apontar o rumo a seguir.
Essa ação é fruto de uma vida transformada. E uma vida transformada tem poder para viver e pregar o Evangelho transformador de Jesus Cristo.

Rev. Hernandes Dias Lopes


Uma palavra aos Presbíteros


O apóstolo Paulo estava se despedindo dos presbíteros de Éfeso. Já estava embarcando para Cesaréia no porto de Mileto. Ali se reúne com esses líderes da igreja de Éfeso, capital da Ásia Menor, onde passara três anos. Num discurso regado de profunda emoção, o apóstolo dá seu testemunho e reafirma os compromissos que assumira em seu ministério: compromisso com Deus (At 20.19), com ele mesmo (At 20.18,28a), com a Palavra (At 20.20-27), com a igreja (At 20.28-31), com a integridade financeira (At 20.32-35) e com a afetividade (At 20.36-38). Nos versículos 28 a 31 o apóstolo tem uma exortação dirigida especialmente aos presbíteros. Essa palavra é atual e oportuna:

1. O presbítero precisa cuidar da sua própria vida (At 20.28a). “Atendei por vós mesmos…”. A vida do presbítero é a vida do seu presbiterato. Exemplo fala mais do que palavras. O que o presbítero é, torna-se mais importante do que aquilo que ele faz. Vida com Deus precede trabalho para Deus. O presbítero precisa cuidar de si mesmo para não reprovar nos outros aquilo que pratica. Sua vida precisa ser consistente com o ministério que desenvolve. Sua conduta precisa ser irrepreensível dentro e fora da igreja. O presbítero precisa ser exemplo em seu lar, em seu trabalho e em seus relacionamentos.

2. O presbítero precisa pastorear o rebanho de Deus (At 20.28b). O apóstolo Paulo exorta: “Atendei [...] por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue”. O presbítero precisa cuidar não apenas de algumas ovelhas do rebanho, mas de todo o rebanho. Precisa compreender a natureza de sua vocação, sabendo que seu presbiterato não é um posto de privilégio, mas uma plataforma de serviço; e mais, esse ministério não vem de homens, mas do próprio Espírito Santo. A autoridade que o presbítero exerce não emana dele mesmo, vem do próprio Deus. O presbítero é também um pastor do rebanho e seu trabalho é de pastoreio, ou seja, ele é chamado para ensinar, exortar, consolar e proteger o rebanho. O presbítero precisa entender que a igreja não é dele, é de Deus. As ovelhas não são dele, pertencem a Cristo, porque foram compradas com o próprio sangue do Cordeiro.

3. O presbítero precisa proteger as ovelhas de Cristo (At 20.29-31). Paulo escreve: “Eu sei que depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai…”. O apóstolo dos gentios faz dois alertas aos presbíteros: o primeiro deles é que há lobos vorazes do lado de fora querendo entrar na igreja para destruir o rebanho. Esses lobos são falsos mestres, com falsas doutrinas, pregando um falso evangelho. Cabe aos presbíteros serem zelosos com a integridade doutrinária da igreja. Cabe a eles a proteção do rebanho contra as novas e velhas heresias que tentam sutilmente entrar na igreja para dispersar e destruir o rebanho de Deus. O segundo alerta que Paulo faz é que há pessoas dentro da própria igreja com tendências perigosas, e que, em dado momento se levantarão falando coisas pervertidas para arrastar após si as ovelhas. Essas pessoas que estiveram enrustidas e camufladas dentro da igreja nunca buscaram os interesses de Cristo nem do rebanho. Sempre estiveram buscando seus próprios interesses. Essas pessoas não amam as ovelhas, amam a si mesmas. Elas não servem ao rebanho, se servem dele. Cabe aos presbíteros proteger as ovelhas de Cristo desses crentes falsos que se levantam para se tornar falsos mestres. O presbiterato precisa ser exercido com um profundo senso de cuidado. Paulo diz: “Portanto, vigiai”!

Rev. Hernandes Dias Lopes

Um homem poderoso em palavras e obras


No dia 6 de fevereiro comemora-se o dia do homem presbiteriano. Por isso, queremos evocar a figura de um homem que foi poderoso em palavras e obras. Ele pode ser nosso exemplo, pois viveu irrepreensivelmente e morreu vitoriosamente. Esse homem é Estêvão. Podemos aprender acerca dele em Atos 6 e 7. Destacamos três verdades sublimes acerca desse diácono pregador, desse homem que viveu de forma maiúscula e deixou para nós um desafiador legado. Quem foi Estêvão?

1. Um homem de vida irrepreensível - A palavra que melhor descreve a vida de Estevão é plenitude. Ele foi um homem cheio de fé e do Espírito Santo (At 6.5). Ele foi um homem cheio de graça e poder (At 6.8). Ele foi um homem cheio da Palavra (At 7.2-53) e cheio de perdão (At 7.60). Hoje vemos homens cheios de conhecimento, cheios de bens, cheios de diplomas e cheios de compromissos, mas poucos homens vivem na plenitude do Espírito. Poucos conhecem o que significa ser cheios de fé. Escasseiam-se aqueles que são cheios de graça e poder. Há muitos que estão cheios de mágoas, mas poucos estão cheios de amor e perdão. A vida de Estêvão constitui-se para nós não apenas um exemplo, mas também um desafio. Precisamos de homens que sejam santos em seu proceder. Que sejam sólidos na Palavra, mas ao mesmo tempo tenham corações quebrantados, a ponto de perdoarem até mesmo os seus algozes.

2. Um homem de palavras irresistíveis - Um homem cheio de fé e do Espírito, cheio de graça e poder pode enfrentar os mais hostis inimigos e as mais duras perseguições. Estêvão foi atacado não pelos pagãos, mas pelos religiosos do seu tempo (At 6.9). Esses inimigos de plantão discutiam com Estêvão, mas não podiam sobrepor-se à sabedoria e ao Espírito com que ele falava (At 6.10). A sabedoria com que Estêvão falava, não estava em seu refinado conhecimento intelectual nem mesmo em sua eloqüência, mas no apurado conhecimento bíblico, proclamado no poder do Espírito Santo. O sermão de Estêvão registrado no capítulo 7 de Atos é o sermão com o maior número de citações bíblicas registrado na Bíblia. Estêvão não era um escriba, um teólogo. Diríamos hoje que ele era um leigo. Mas suas palavras eram irresistíveis, porque estavam fundamentadas nas Escrituras. Precisamos de homens cheios do Espírito e cheios da Palavra. Precisamos de homens que tenham coragem de pregar a Palavra ainda que isto custe-lhe a própria vida.

3. Um homem de obras inegáveis - Estêvão conjugava em sua vida palavras e obras, doutrina e piedade, conhecimento e poder. Suas palavras não eram vazias. Seu discurso não era teórico. Diz a Escritura: “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6.8). Suas obras referendavam suas palavras. Sua vida era o fundamento do seu ministério. Os prodígios e grandes sinais que Estêvão realizava entre o povo não eram, entretanto, a expressão de um poder inerente que possuía. O poder pertence a Deus. É Deus quem tem o poder. É Deus quem realiza os prodígios e grandes sinais por meio de seus servos. Estêvão não era a fonte do poder de Deus, mas seu canal. Hoje, precisamos também de homens que tenham obras dignas de Deus. Homens que sejam instrumentos nas mãos de Deus para realizarem a obra de Deus, na dependência de Deus, para a glória de Deus. Estevão foi um homem cheio do Espírito na vida e também na hora da morte. Ele morreu como viveu. Seu exemplo transcende os séculos e desafia-nos ainda hoje a vivermos do modo digno de Deus.
Que os homens presbiterianos, à semelhança de Estêvão, tenham vida irrepreensível, palavras irresistíveis e obras inegáveis.




Rev Hernandes Dias Lopes


Timóteo, um Líder Digno de ser Imitado

Timóteo foi um dos líderes mais destacado da igreja primitiva. Não que fosse forte em todas as áreas. Ele era jovem, tímido e doente, mas foi cooperador de Paulo e o continuador de sua obra. A esse jovem líder, o apóstolo Paulo escreveu duas de suas espístolas. Sua mãe era judia e seu pai grego (At 6.1). Timóteo tinha bom testemunho em sua cidade e também fora de seu domicilio (At 16.2). Timóteo foi educado à luz das Escrituras desde sua infância (2Tm 3. 14,15). Tanto sua avó Loide, como sua mãe Eunice eram mulheres comprometidas com Deus e com elas Timóteo aprendeu a ter fé sem fingimento desde a sua juventude (2 Tm 1.5).
Em Filipenses capítulo 2. 19 a 24, o apóstolo Paulo nos fala de algumas características desse importante líder espiritual.
Vejamos quais são essas marcas:

1. Timóteo, um líder que cuida dos interesses do povo. O líder é um sevo. Ele não visa seus próprios interesses, mas cuida dos interesses do povo de Deus. Timóteo não cuidava dos interesses do povo para alcançar com isso algum favor pessoal. Ele não usava as pessoas. Sua relação com as pessoas não era utilitarista. O apóstolo Paulo diz: “Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que sinceramente cuide dos vossos interesses” (Fp 2.20). Jesus foi o maior de todos os líderes e ele disse que não veio para ser servido, mas para servir. Quando seus discípulos disputavam entre si quem era o maior dentre eles, Jesus tomou a bacia e a toalha e lavou os pés dos dicípulos. Liderança cristã é influência por meio do serviço abnegado.

2. Timóteo, um líder de caráter provado. Timóteo era um homem de Deus. Sua vida estava centrada em Cristo. Ele era comprometido com as Escrituras, fiel a Cristo Jesus e dedicado à igreja. Timóteo não buscava glória para si mesmo. Ele não construía monumentos ao seu próprio nome. Ele buscava na igreja os interesses de Cristo. Paulo denuncia o fato de existirem na igreja homens que buscavam interesses próprios, porém Timóteo, diferente desses, buscava os interesses de Cristo. Leiamos o registro do apóstolo: “…pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus” (Fp 2.21).

3. Timóteo, um líder de caráter provado.Timóteo tinha zelo pela sua vida e também da doutrina. Ele era um homem consistente na teologia e na conduta. Seu caráter era provado.O apóstolo escreve: “E conheceis o seu caráter provado…” (Fp 2.22). Timóteo era um homem irrepreensível, que tinha bom testemunho dentro e fora da igreja. A vida do líder é a vida da sua liderança. Liderança não é apenas performace, mas sobre tudo, integridade. John Maxwell definiu liderança como influência. Um líder influencia sempre: para o bem ou para o mal. A liderança jamais é neutra. Um líder é bênção ou maldição. Timóteo era uma bênção, pois sua vida referendava seu ensino.

4. Timóteo, um líder consagrado à causa do evangelho. Timóteo não era um líder subserviente a homens. Ele servia ao evangelho. Paulo escreve: “…pois serviu ao evangelho, junto comigo, como filho ao pai” (Fp 2.22). Ele era servo de Deus, dedicado ao serviço do evangelho. Quem serve a Deus não se submete aos caprichos dos homens. Quem serve a Deus não depende de elogios nem teme as criticas. Quem serve a Deus não anda atrás de holofotes. Servir a Deus é servir ao evangelho, é colocar a vida a serviço do reino de Deus na proclamação e ensino do evangelho.
Estamos nos preparando para uma importante eleição de oficiais em nossa igreja. Que olhemos para o testemunho de Timóteo e busquemos em Deus a direção para a escolha da nossa liderança espiritual.




Rev. Hernandes Dias Lopes

Quando o fracasso não tem a última palavra

Há pessoas que começam bem, mas terminam mal. Elas têm um brilhante começo, mas um fim trágico. Assim foi a história de Demas. Ele é citado apenas três vezes no Novo Testamento. A primeira vez que Demas aparece, ele é apresentado como um cooperador de Paulo (Fm 24). Da segunda vez, nada se acrescenta a seu respeito; apenas seu nome é mencionado (Cl 4.14). Da última vez, porém, nos é dito que ele abandonou Paulo (2Tm 4.10).
Há muitas pessoas cuja vida é uma descida ladeira a baixo. Há muitos indivíduos que em vez de caminhar para frente, recuam; em vez de subir, descem; em vez de crescerem no conhecimento e na graça de Deus, retrocedem na fé.
Mas, graças a Deus, muitos também fazem o caminho inverso. Esses caminham para a frente. Esses aprendem com os fracassos e se levantam na força do onipotente para prosseguirem firmes e resolutos nas veredas da justiça. Citamos, aqui, o exemplo do jovem João Marcos. Quem foi esse jovem?
Em primeiro lugar, João Marcos foi um cooperador(At 13.5). João Marcos era um jovem humilde e prestativo. Ele foi auxiliar de Barnabé e Paulo (At 13.5). Nesse tempo, João Marcos era ainda muito jovem e inexperiente, mas sentiu o desejo de acompanhar os dois missionários rumo à região da Galácia. Seu propósito era servir aos dois missionários separados por Deus para tão sublime tarefa. Nesse tempo João Marcos era um jovem idealista e corajoso. Dispôs-se a deixar o conforto da sua casa em Jerusalém (At 12.12), para enfrentar as agruras de uma viagem missionária por regiões inóspitas e perigosas.
Em segundo lugar, João Marcos foi um desertor(At 13.13). Não sabemos os motivos, mas no meio do caminho, João Marcos desistiu da viagem, apartou-se de Paulo e Barnabé e voltou para sua casa em Jerusalém. Faltou-lhe coragem e maturidade para prosseguir. Faltou-lhe perseverança para não retroceder. Faltou-lhe forças para continuar servindo aos dois missionários da igreja. Aquele foi um capítulo sombrio na vida desse jovem. Ele foi um desertor. Ele capitou-se diante das dificuldades. Ele não teve coragem de seguir adiante.
Em terceiro lugar, João Marcos foi um missionário (At 15.36-39). Era tempo de voltar à segunda viagem missionária. Barnabé, porém, queria levar consigo a João Marcos (At 15.37). Paulo, porém se recusou terminantemente dar uma segunda chance ao jovem desertor. Barnabé contendeu com Paulo, mas não desistiu de João Marcos (At 15.38,39). Levou-o consigo para Chipre e fez dele um missionário. João Marcos tornou-se um homem valoroso nas mãos de Deus. Além de Barnabé, o apóstolo Pedro também investiu na vida de João Marcos, a ponto de chamá-lo de filho (1Pe 5.13). Esse jovem mais tarde tornou-se o escritor do primeiro evangelho a ser escrito, o evangelho segundo Marcos, destacando nessa obra preciosa as gloriosas obras de Cristo, apresentando-o como servo perfeito.
Em quarto lugar, João Marcos foi um homem útil (2Tm 4.11). Paulo estava preso numa masmorra romana. A hora do seu martírio havia chegado. Do interior desse cárcere insalubre e frio Paulo escreve a seu filho Timóteo, rogando que ele fosse rápido vê-lo em Roma. Chama-nos atenção, uma recomendação do apóstolo a Timóteo: “Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério” (2Tm 4.11). O jovem rejeitado por Paulo, é agora prezado por ele. Aquele que um dia desertou e foi rejeitado, é agora desejado. Paulo muda de opinião acerca de João Marcos e deseja tê-lo ao seu lado antes de morrer. João Marcos fraquejou um dia na vida, mas se levantou. Ele nos prova que é possível recomeçar, quando colocamos nossa vida nas mãos de Deus.

Rev Hernandes Dias Lopes

O Túmulo Vazio de Cristo, o Berço da Igreja


A ressurreição de Cristo é o seu grito de triunfo sobre a morte. É a prova cabal de que sua morte foi eficaz, de que seu sacrifício vicário foi perfeito e de que a porta da esperança está aberta para nós. Não adoramos o Cristo preso na cruz nem o Cristo vencido pela morte. Jesus ressuscitou. Ele está à destra de Deus, de onde voltará com grande poder e glória. Vamos abordar essa magna doutrina da ressurreição sob três perspectivas:

1. A ressurreição de Cristo é um fato inegável (1Co 15.1-8) - Cristo morreu, foi sepultado e ressuscitou segundo as Escrituras. Sua morte e ressurreição não foram um acidente, mas uma agenda. Ele não morreu como um mártir, o Pai o entregou e ele voluntariamente se deu. Sua morte foi pública e sua ressurreição confirmada por várias testemunhas. Nossa fé não está fundamentada num mito. O alicerce da nossa esperança não está numa lenda. Os céticos tentam desesperadamente negar essa verdade incontroversa. Alguns dizem que Jesus não chegou a morrer, mas apenas teve um desmaio na cruz. Outros dizem que os discípulos roubaram o corpo de Cristo. Ainda outros dizem que as mulheres foram ao túmulo errado e divulgaram a notícia de que sua sepultura estava aberta. As trevas do engano, entretanto, não podem prevalecer contra a luz da verdade. Jesus está vivo. A realidade de sua ressurreição mudou a vida daqueles discípulos pusilânimes. Dominados pela convicção da vitória de Cristo sobre a morte, eles tornaram-se homens ousados e enfrentaram com galhardia os açoites, as prisões e o martírio.

2. A ressurreição de Cristo é um fato indispensável (1Co 15.12-20a) – O apóstolo coloca o machado da verdade na raiz do falso pensamento grego acerca da ressurreição. Pelo fato de eles considerarem a matéria má e o corpo como cárcere da alma, não aceitavam a ressurreição do corpo. Paulo argumenta que se não há ressurreição do corpo, então Cristo não ressuscitou, e se Cristo não ressuscitou é vã nossa pregação e a nossa fé. Se Cristo não ressuscitou somos falsas testemunhas de Deus. Se Cristo não ressuscitou ainda permanecemos nos nossos pecados. Se Cristo não ressuscitou os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. Mas, de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos. A ressurreição de Cristo é a pedra de esquina que mantém o edifício do cristianismo de pé. O túmulo vazio de Cristo é o berço da igreja. Porque Cristo ressuscitou, a morte não tem a última palavra. Porque Cristo ressuscitou o túmulo gelado não é nosso destino. Caminhamos não para um ocaso lúgubre, mas para uma manhã radiosa de imortalidade e gozo eterno.

3. A ressurreição de Cristo é um fato incomparável (1Co 15.20b-28) - Cristo levantou-se da morte como primícias dos que dormem. Ele abriu o caminho e após ele seguiremos. Como morremos em Adão, seremos vivificados em Cristo. Quando ele vier em sua majestade e glória, os mortos ouvirão dos túmulos a sua voz e sairão, uns para a ressurreição da vida e outros para a ressurreição do juízo. Ao vencer a morte, ele tirou o aguilhão da morte e matou a morte com sua morte, triunfando sobre ela na ressurreição. Sua ressurreição é a garantia da nossa ressurreição. À semelhança dele teremos, também, um corpo de glória. Nosso corpo será imortal, incorruptível, poderoso, glorioso, espiritual e celestial. Vamos brilhar como as estrelas no firmamento e como o sol no seu fulgor. Caminhamos, portanto, não para um horizonte pardacento, mas para um céu de glória, onde estaremos com Cristo eternamente e com ele reinaremos para sempre!